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Por Jornal Nacional


Dólar comercial sobe pelo quarto pregão seguido e fecha a R$ 5,40

Dólar comercial sobe pelo quarto pregão seguido e fecha a R$ 5,40

No quarto pregão seguido de alta, o dólar comercial terminou o dia valendo R$ 5,40.

Nem deu tempo de piscar. O dia todo, as telas das mesas de operação mostravam a resposta do dólar a cada notícia que chegava. Logo cedo, vieram os dados da inflação nos Estados Unidos. Surpresa boa: os preços ficaram estáveis em maio. Um pequeno alívio na pressão sobre o câmbio - que, no Brasil, mal foi sentido.

O dólar, há semanas em alta, se manteve no patamar do fechamento de terça-feira (11). Chegou perto de 5,34. Em seguida, em um intervalo de 15 minutos, disparou - bateu R$ 5,42.

Foi pouco depois da fala do presidente Lula em um evento no Rio de Janeiro.

"Estamos arrumando a casa e colocando as contas públicas em ordem para segurar o equilíbrio fiscal. O aumento da arrecadação e a queda da taxa de juros permitirão a redução do déficit sem comprometer a capacidade de investimento público. O mercado não é uma entidade abstrata, apartada da política e da sociedade. Nada disso se sustenta sem estabilidade política e sem estabilidade social".

O economista Nicolas Borsoi diz que o mercado, preocupado com o equilíbrio das contas, ainda mais depois da derrota do governo na aprovação de medidas para aumentar a arrecadação, interpretou a fala de Lula desse jeito:

"Essa declaração do presidente, ao mostrar que contenção de gastos, no corte mesmo, não estão contemplados nesse ajuste fiscal, adicionou um pouco mais de estresse na sessão ainda. Então, eu diria que hoje tem uma sessão bastante dissonante do mercado internacional, principalmente por esses ruídos internos relativos à política fiscal e o próprio ambiente político doméstico”, opina Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos.

Os economistas explicam que o mercado reagiu buscando segurança: comprou dólar. E quando tem muita procura, o preço sobe.

Mas ainda tinha mais uma notícia importante para chegar dos Estados Unidos: a decisão do Banco Central Americano sobre a taxa de juros. Enquanto estiver alta, o país seguirá atraindo para lá os dólares dos investidores. 15h, horário da divulgação: o FED manteve a taxa inalterada na faixa de 5,25% a 5,50%. O banco passou a prever apenas um corte em 2024, quando tiver mais segurança de que a inflação está cedendo.

Na montanha-russa do dia, o dólar fechou cotado a R$ 5,40, alta de 0,86%. E o principal índice da Bolsa de Valores brasileira caiu 1,40%.

"A gente viu um alívio na temperatura no cenário externo, mas o cenário doméstico, diante desse aumento do risco fiscal e a falta de sinalização que a gente vê ainda em relação ao corte de despesas e a dificuldade que vai se ter para cumprir com a meta, tem afetado de forma mais relevante essa variação do câmbio”, afirma Gustavo Sung, economista-chefe Suno Research.

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