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Por g1


Bateria antiaérea reage a ataque russo na região de Mariupol, leste da Ucrânia — Foto: Evgeniy Maloletka/AP Photo

A invasão da Ucrânia pela Rússia tem mexido com os ativos financeiros. De um lado, o ouro voltou a ganhar valor. De outro, as criptomoedas estão queda.

No mundo, as bolsas operam em queda, e o preço do petróleo passou de US$ 100 pela primeira vez desde 2014, com o barril do tipo Brent atingindo US$ 105.

Grande explosão é vista perto de Dnipro, Ucrânia

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Por que o ouro sobe?

Historicamente, o ouro é considerado um investimento seguro. Em momento de crise, é para ele que os investidores correm. No início da pandemia e com todas as incertezas que rondavam a crise sanitária, o movimento foi similar.

Hoje, ninguém no mercado consegue dizer qual será a extensão do conflito e quanto tempo ele deve durar.

Na terça-feira (23), os preços dos contratos do ouro para abril terminaram a sessão em alta de 0,15%, a US$ 1.910,40 a onça-troy na Comex da Bolsa de Nova York. Nesta quinta (24), subiam ainda mais. Às 13h20 (horário de Brasília) tinham alta de 1,05%, a US$ 1.930,50.

Em relatório, o banco UBS avaliou que o ouro pode chegar a ser cotado a US$ 2 mil a onça. A leitura da instituição é a de que uma das estratégias para os clientes se protegerem nesse ambiente de incerteza é apostar em commodities - como ouro, por exemplo - dado que a Rússia é um importante país exportador de trigo no mundo, e a Ucrânia tem papel relevante nas vendas globais de milho, trigo e oleagenosas, como soja.

Com uma eventual interrupção no fornecimento desses produtos por conta do conflito, os preços tendem a subir no mercado global.

"A Rússia responde por cerca de 40% das importações de gás da União Europeia e 30% das importações de petróleo, e é o maior fornecedor de trigo do mundo. A Ucrânia é um exportador de materiais de milho, trigo e oleaginosas", escreveram os analistas do banco.

"Em meio ao risco de interrupções no fornecimento, pensamos que commodities podem ser um hedge (proteção) geopolítico eficaz para carteiras, além de oferecer uma atrativa fonte de retorno em um ambiente de crescimento acelerado, inflação persistente e taxas de juros mais altas. Nós pensamos um que uma escalada prolongada (do conflito) poderia empurrar os preços do ouro acima de US$ 2.000/oz."

E o que explica a queda das criptomoedas

As cripotomoedas são investimentos consideramos mais arriscados e, portanto, sofrem com os momentos de incerteza global.

Criptomoedas — Foto: REUTERS/Dado Ruvic

Nesta quinta, o bitcoin caiu até 7,9%, para US$ 34.324 dólares, menor cotação desde 24 de janeiro. Às 10h15 (horário de Brasília), perdia 5,4%, a 35.265 dólares, destacou a agência Reuters.

Moedas menores que normalmente se movem em conjunto com o bitcoin também caíram, com o ether perdendo até 10,8%.

"Vimos o que esperávamos até agora - mercados BTC e cripto seguindo as ações", disse Jospeh Edwards, chefe de estratégia financeira da empresa de criptomoedas Solrise Group.

"Todas as coisas tendem a se correlacionar em crises, e esperamos algo semelhante aqui, então é provável que o pior esteja reservado nos próximos dias."

Embora os defensores de criptomoedas digam que o bitcoin atua como um porto seguro das tensões geopolíticas, muitas vezes a moeda digital se move em conjunto com outros ativos de risco. A queda desta quinta-feira leva as perdas da moeda a mais de 50% desde que atingiu recorde de US$ 69 mil em novembro, destacou a Reuters.

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