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Por g1


Na cidade de Chuguiv, na Ucrânia, um homem usa um tapete para cobrir o corpo de uma vítima de bombas russas, em 24 de fevereiro de 2022 — Foto: Aris Messinis / AFP

A invasão da Ucrânia pela Rússia derrubou as bolsas internacionais nesta quinta-feira (24) e fez o preço do petróleo passar de US$ 100 pela primeira vez desde 2014, com o barril do tipo Brent atingindo US$ 105.

Outros ativos considerados refúgios seguros, como o ouro, o dólar e o iene japonês, se valorizaram num momento de tensão elevada nos mercados.

O dólar fechou em alta de 2,02%, cotado a R$ 5,1047 — o maior avanço percentual diário em mais de cinco meses.

Bolsas da Europa caem; em Moscou, tombo chega a 50%

Na Alemanha – a maior economia da Europa e muito dependente de insumos energéticos russos – o índice DAX fechou em queda de 6,39%. As bolsas de Paris e Madrid recuaram 2,86% e 3,83%, respectivamente. Em Londres, o índice FTSE caiu 3,88%.

A Bolsa de Valores de Moscou chegou a suspender a operações após abrir com queda de mais de 10%, e fechou com queda de 33,28%. Ao longo das negociações, chegou a tombar 50%. Já o rublo caiu 7% em relação ao dólar e atingiu seu mínimo histórico, mas reduziu a desvalorização após intervenção do Banco Central russo.

A Bolsa de Tóquio encerrou a sessão de quinta-feira em baixa de 1,8%. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 2,03%. Em Hong Kong, o índice Hang Seng caiu 3,21%. Já a bolsa de Sydney tombou 2,99%.

Nos EUA, os principais índices acionários começaram a sessão em forte queda, mas conseguiram reverter as perdas, com uma melhora no humor após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciar novas sanções contra a Rússia.

O Dow Jones avançou 0,28%, a 33.223,83 pontos, e escapou de entrar em correção. Já o S&P 500 passou boa parte da sessão em terreno negativo, chegando a perder mais de 3%, mas terminou o dia em alta de 1,50%, a 4.288,70 pontos. O Nasdaq também registrou quedas fortes no início da sessão, mas, à tarde, reverteu o sinal e terminou crescendo 3,34%, a 13.473,59 pontos.

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Petróleo bate US$ 105

O petróleo Brent avançou US$ 2,24, ou 2,3%, para fechar em 99,08 dólares o barril, após tocar a máxima de US$ 105,79. O petróleo dos EUA (WTI) subiu U$% 0,71, ou 0,8%, para fechar em US$ 92,81 barril, após anteriormente avançar para US% 100,54 dólares.

Os preços do barril de petróleo superaram a faixa de US$ 100 pela primeira vez desde 2014.

A escalada militar eleva os temores sobre o abastecimento de produtos básicos chave, como petróleo, trigo e metais, em meio a uma demanda crescente na reabertura das economias, após os fechamentos provocados pela pandemia da Covid-19.

Evolução do preço do barril de petróleo
Valor médio do Brent, em US$
Fonte: Tendências Consultoria

Grandes petroleiras, como BP, Exxon Mobil e Shell, têm investimentos significativos na Rússia.

"O suprimento de petróleo da Rússia vai desaparecer do dia para a noite se sofrer sanções, e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não consegue produzir de forma rápida o suficiente para compensar", diz o economista Howie Lee, da OCBC.

Desde o início do ano, o petróleo já tinha subido mais de US$ 20 por conta do temor de que a Europa e os Estados Unidos impusessem sanções no setor energético da Rússia e afetasse o suprimento global de energia.

Embora não tenha havido ainda imposição de sanções sobre esse setor, países ocidentais e o Japão impuseram novas sanções contra a Rússia na terça-feira (24) e prometeram ampliá-las caso Moscou invadisse a Ucrânia, o que acabou ocorrendo.

A disparada do petróleo coloca mais pressão sobre os preços dos combustíveis no Brasil. Desde 2016, a Petrobras passou a adotar para suas refinarias uma política de preços que se orienta pelas flutuações do preço do barril de petróleo no mercado internacional e pelo câmbio.

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