Por Ana Vinhote, TV Globo


  • A família de uma idosa que morreu depois de ser atendida na rede pública de saúde do Distrito Federal foi à Polícia Civil denunciar negligência médica. Um laudo feito pela Secretaria de Saúde do DF mostra que um dos rins da paciente sumiu.

  • O corpo de Emídia Nunes Chavante Oliveira foi exumado nesta terça-feira (25) e o resultado da autópsia deve determinar os próximos passos da investigação. Em nota, a Secretaria de Saúde do DF diz que colabora com as investigações.

  • Segundo a filha da idosa, Gidália Nunes, a mãe passou por várias tentativas de atendimento e morreu no Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Ela diz que os médicos informaram que a causa da morte foi infecção urinária, mas a certidão de óbito diverge.

  • Na delegacia, a família registrou ocorrência por negligência médica, erro médico e omissão de socorro. Além do laudo da ausência do rim, também foi apresentada uma tomografia que mostra que os rins estavam normais um dia antes da morte.

Dona Emídia morreu aos 74 anos, no DF — Foto: Reprodução

A família de uma idosa que morreu na rede pública de saúde do Distrito Federal convive a incerteza sobre o que realmente aconteceu com Emídia Nunes Chavante Oliveira. Um laudo feito pela Secretaria de Saúde mostra que um dos rins da paciente sumiu (saiba mais abaixo).

Os parentes denunciam negligência médica. Segundo a filha da idosa, Gidália Nunes, a mãe passou por várias tentativas de atendimento em uma UPA e nos hospitais de Taguatinga e Ceilândia, até ser atendida no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), em março passado.

Ela não resistiu e os médicos informaram que a causa da morte foi infecção urinária. Na certidão de óbito, porém, a causa da morte consta como sepse, que ocorre quando há uma complicação de uma infecção; infeção da membrana da cavidade abdominal; diverticulite perfurada; hipertensão e diabetes. O laudo também constatou a ausência do rim esquerdo.

No entanto, uma tomografia computadorizada feito no hospital público um dia antes da morte mostra que os rins estavam normais. O corpo de Emídia Nunes Chavante Oliveira foi exumado nesta terça-feira (25) e o resultado da autópsia deve determinar os próximos passos da investigação aberta pela Polícia Civil.

Acima, laudo mostra normalidade dos rins de Dona Emídia; abaixo, certidão de óbito mostra causa da morte. — Foto: TV Globo/Reprodução

A Secretaria de Saúde do DF diz que colabora com as investigações e que, sempre que solicitada, fornece informações aos órgão competentes. A pasta informou ainda que abriu um processo de investigação interno para apurar os fatos.

Gidália diz, no entanto, que as respostas que a família recebeu da secretaria não são convincentes.

"Eles falaram que o rim atrofiou, que o rim não era compatível. A gente quer saber onde que foi parar o rim dela, o que aconteceu e várias outras coisas também", diz a filha da idosa.

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Segundo Kenneth Chavante, advogado da família de Emídia e presidente da Comissão de Direito Médico e da Saúde da OAB de Samambaia, a idosa passou pelo serviço de verificação de óbitos, mas não passou pelo Instituto de Medicina Legal (IML).

"Não foi efetuado nenhum exame cadavérico da vítima. Diante disso, é de suma importância a realização da exumação do corpo da mesma, para que se possa proceder ao exame cadavérico a fim de identificar a quantidade de rins que se encontram em seu corpo", diz o advogado.

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