Por Marcella Rodrigues, Tainá Ferreira, Pedro Marra, TV Globo e g1 DF


  • A menina Anna Júlia Rodrigues Galvão, de 8 anos, morreu no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), na última sexta-feira (17). Este é o terceiro óbito na rede pública do Distrito Federal onde, segundo denúncia das famílias, houve negligência.

  • Anna foi diagnosticada com dengue na quarta-feira (15), na UBS 7 de Ceilândia. No dia seguinte, após hemograma, a menina recebeu o diagnóstico de pneumonia grave e derrame pleural, na UPA I de Ceilândia. Transferida para o Hmib, Anna teve um choque e morreu durante o procedimento de intubação.

  • Já a família de Jarminy, de um mês, denuncia a morte da bebê por falta de atendimento apropriado na UPA do Recanto das Emas. A unidade de pronto atendimento é a mesma onde morreu Enzo Gabriel, de 1 ano, enquanto esperava por uma ambulância para ser transferido para a UTI do Hmib na semana passada.

Anna Júlia, de 8 anos, morreu após peregrinar por quatro unidades de Saúde. — Foto: Arquivo pessoal

Uma menina de 8 anos morreu no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), na última sexta-feira (17) , e a família denuncia negligência da rede pública (saiba mais abaixo). Este é o terceiro caso em menos de um mês no Distrito Federal:

A morte de Anna Júlia

A família de Anna Júlia Rodrigues Galvão, de 8 anos, conta que a menina estava com febre, tosse, dificuldade para respirar, com desconforto e dor nas costas.

  • 15 de maio: A menina foi levada até a UBS 7, em Ceilândia. De acordo com a família, foi feito um teste rápido de dengue, que deu negativo. Mesmo assim, ela foi mandada para casa com o diagnóstico de dengue.
  • 16 de maio: Anna fez um hemograma na UBS 5, agendado pela UBS 7. Segundo a família, mesmo seguindo as indicações do tratamento para dengue, a criança não apresentou melhora no quadro. Sem médico para atendimento na UBS, após o resultado do exame, a menina retornou para casa.
  • 16 de maio: Por volta de 20h30, Anna Júlia apresentou piora e a família retornou para a UBS 7. Pelo resultado do hemograma, a médica que atendeu Anna descartou "imediatamente" o diagnóstico de dengue e encaminhou a criança para a UPA I de Ceilândia. Na UPA, a criança recebeu "pulseira laranja" e não vermelha, que é a para casos considerados graves
  • 17 de maio: Após longa espera, Anna Júlia foi atendida na UPA I já na madrugada de 17 de maio. A menina, diagnosticada com pneumonia grave e derrame pleural, que é o acúmulo de líquido entre os tecidos que revestem os pulmões e o tórax foi internada.
  • 17 de maio: Durante a tarde, teve o primeiro choque de hipotermia. Após estabilização do quadro, ela foi transferida para o Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB).
  • 17 de maio: Enquanto aguardava a realização do exame de ultrassonografia no HMIB, Anna teve outro choque e morreu durante o procedimento de intubação.

"Ela estava muito gelada, muito molinha. Eles garantiram que não, que estava tudo normal. Minutos depois a criança reclamou de tontura, novamente eu questionei o médico da ambulância, ele disse que era assim mesmo, logo em seguida, ela entrou em choque, com falta de ar, gritava, e se debatia", conta a família.

O que diz a Secretaria de Saúde:

"A Secretaria de Saúde informa que no dia 15 de abril a paciente procurou a UBS, ocasião que foram solicitados exames para diagnóstico. Ao sair o diagnóstico no dia 16, o médico verificou a urgência do caso encaminhando a criança para a UPA. A pasta ressalta que ao dar entrada no HMIB, a paciente foi prontamente atendida, e teve todo suporte da equipe médica. Após todos os procedimentos, infelizmente a criança não resistiu e veio a óbito. Por fim, a Secretaria de Saúde expressa toda solidariedade aos familiares e amigos."

As mortes de Enzo Gabriel e Jasminy, no Recanto das Emas

Bebê Jasminy, de 1 mês, não resistiu à parada cardíaca e morreu na UPA do Recanto das Emas, no DF — Foto: Reprodução

No dia 14 de abril, a família de Jasminy denunciou a morte da bebê, de 1 mês, por falta de atendimento apropriado na UPA do Recanto das Emas, no Distrito Federal. A morte é investigada pela Polícia Civil.

Os parentes contam que Jasminy sofreu duas paradas cardíacas. O Iges-DF, que é responsável pela administração das Upas de Brasília , afirma que "não houve falha médica, pois todas as medidas foram tomadas para a melhora do quadro".

A unidade de pronto atendimento é a mesma onde um mês depois, em 14 de maio, morreu Enzo Gabriel, de 1 ano. A criança esperou durante mais de 12 horas pela ambulância que faria a transferência de Enzo para o Hmib.

Em relação ao caso de Enzo Gabriel, o Iges-DF reconheceu a demora para o transporte e afirmou que o problema estava sendo tratado pela presidência do instituto.

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