Um Só Planeta

Por Soraia Alves


Painel 'Empresas, organizações e impacto positivo em São Paulo' durante o primeiro evento do SP+B — Foto: Divulgação/Soraia Côrrea
Painel 'Empresas, organizações e impacto positivo em São Paulo' durante o primeiro evento do SP+B — Foto: Divulgação/Soraia Côrrea

O evento de lançamento do programa SP+B, realizado na quinta-feira (26) no Hub Green Sampa, reuniu empresas, organizações e representantes do governo municipal para discutir soluções que podem ajudar São Paulo a se tornar uma cidade mais sustentável, inclusiva e igualitária. A iniciativa é promovida pelo Cidades+B, movimento global liderado pelo Sistema B e que encoraja empresas a atuarem na construção de uma sociedade melhor e mais justa.

A proposta do projeto é congregar players de diferentes setores para acelerar o desenvolvimento sustentável da capital paulista, com foco na melhoria de quatro pilares: trabalho e renda, moradia, mobilidade e segurança alimenta. O Cidades+B está vinculado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU -- mais especificamente ao número 11, voltado para cidades e comunidades sustentáveis.

O engajamento do setor privado é considerado fundamental para promover soluções criativas e inovadoras que tragam melhorias contínuas para a cidade. "São Paulo pode ser uma locomotiva social e ambiental, e as empresas podem ser motores de todas essas mudanças", disse a secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Soninha Francine, presente no evento.

A escolha do espaço para o evento foi simbólica: o Hub Green Sampa é o primeiro centro de inovação da cidade voltado para startups de tecnologias verdes. O prédio, que já funcionou como um incinerador de lixo da capital, é um exemplo de como é possível dar um novo significado para espaços públicos.

O SP+B é parte do movimento global Cidades+B — Foto: Divulgação/Soraia Côrrea
O SP+B é parte do movimento global Cidades+B — Foto: Divulgação/Soraia Côrrea

Diversidade gera soluções

As conversas do painel "'Empresas, organizações e impacto positivo em São Paulo" serviram para demonstrar como a combinação de diferentes perspectivas pode trazer soluções mais criativas para a cidade. Fizeram parte do painel: Adélia Rodrigues, co-fundadora do Gastronomia Periférica; Cec��lia Seravalli, gerente de sustentabilidade da Nespresso; Gilson Rodrigues, presidente do G10 Favelas; Giva Pereira, fundador do Favela Brasil Xpress; Henrique Bussaco, co-fundador do Impact Hub São Paulo e responsible líder do BMW Foundation; Paulo Boneff, head global de responsabilidade social da Gerdau; e Pedro Telles, gerente de sustentabilidade da Movida. A mediação foi feita por Marisa Adán Gil, editora executiva de Época NEGÓCIOS.

Todos os panelistas concordaram que o primeiro passo para transformar a realidade de São Paulo é avaliar os melhores projetos que já estão em andamento, e depois adaptá-los e escalá-los para que ganhem mais alcance. "Quase sempre o sentimento sobre projetos como o SP+B é de que 'não vai dar'. Mas, se começarmos integrando diferentes forças e dando apoio aos projetos que já têm sucesso comprovado, isso dá um primeiro impulso à transformação", ressaltou Adélia Rodrigues, a fundadora do Gastronomia Periférica.

Para gerar inovação, é preciso buscar ideias em lugares inusitados e estimular a criatividade desde cedo. "Existe muita criatividade e muita potência na periferia, e isso não está sendo aproveitado", disse Paulo Boneff, da Gerdau. "Também dá para gerar novas ideias investindo na criatividade dos estudantes. Hoje, temos aulas de robótica em escolas públicas. Essa é uma forma de preparar os jovens para um mercado de trabalho que ainda está em construção."

Para o presidente do G10 Favelas, Gilson Rodrigues, iniciativas ligadas ao cotidiano das favelas e periferias são fundamentais para atingir o desenvolvimento de todos os eixos propostos pelo projeto, até mesmo para os temas mais complexos como segurança alimentar e trabalho e renda. "Não tem segredo: é investir na economia local e gerar empregos. O que acontece é que muita gente ainda vê a favela com um olhar de preconceito, de perigo", afirmou Gilson Rodrigues. "É preciso pensar a favela com empreendedorismo e não assistencialismo".

Os desafios são muitos, e o SP+B tem um longo caminho para reunir empresas e organizações engajadas em um processo de melhoria contínua. A diversidade de experiências, pensamentos e visões, no entanto, parece ser o caminho para encontrar as respostas. "Somos todos parte da solução", finalizou o presidente do G10 Favelas.

O programa SP+B é estruturado em fases. Para este ano, estão programados: chamados setoriais clusterizados; autoavaliação e diagnóstico SDG, laboratórios para lideranças; ações de impacto territorial; primeiro relatório de impacto. Empresas e organizações que queiram participar encontram mais informações aqui.

O SP+ B tem como parceiros institucionais a Cidade de São Paulo, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho e Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, BMW Foundation, Wellbeing Economy Alliance, Pacto Global da ONU, Impact Hub e ICE.

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