Minerar bitcoin é uma das formas de se conseguir uma "recompensa" sem precisar comprar criptomoedas, mas isso não significa que seja uma ação gratuita. O ato de "criar" novas moedas demanda muito equipamento, energia e potencial computacional --- o que torna a ação quase inviável de ser feita pelo celular, por mais que alguns aplicativos prometam a façanha.
Tecnicamente é possível fazer adaptações e tentar minerar bitcoin por meio de dispositivos móveis, mas o retorno financeiro seria insignificante e a duração média do equipamento seria muito baixa.
A mineração do bitcoin existe para resolver três pontos cruciais para a existência da moeda digital: ela cria novas unidades ao pagar os mineradores, registra todas as transações feitas com o BTC na blockchain e as verifica, prevenindo a ocorrência de fraudes.
Mas fazer isso não é simples. Para registrar cada uma das transações (e receber sua recompensa), é preciso encontrar a resposta de um algoritmo matemático --- um código hash ---, que deve ser verificado por outros mineradores da rede. Os problemas matemáticos são complexos e exigem um poder computacional muito superior aos dos celulares e outros dispositivos móveis.
Mineradores especializados contam com equipamentos específicos para a tarefa, como os ASICs (Application-Specific Integrated Circuits), otimizados para a mineração.
Uma das críticas frequentes aos grandes centros especializados na atividade --- chamado de fazendas --- é o grande consumo de energia para rodar os supercomputadores, e o superaquecimento gerado pelo esforço computacional intenso. Um celular não tem bateria insuficiente para isso e nem consegue atingir as temperaturas que uma CPU muitas vezes alcança.
Minerar bitcoin no celular também não é financeiramente estratégico --- a conexão de rede e dados precisa ser de alta velocidade (raro para equipamentos móveis) e as maiores recompensas acabam ficando com aqueles que possuem um alto poder computacional.