Bitcoin cai 3% e bate mínima em mais de um mês, aos US$ 63 mil

Vendas de mineradores e fluxo negativo dos ETFs de BTC à vista pressionam o mercado

Por , Valor


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Bitcoin é o criptoativos mais negociado do mercado. — Foto: Pixabay

O bitcoin (BTC) opera em forte queda nesta sexta-feira (21) e vai aos US$ 63 mil, em sua mínima desde 15 de maio, quando chegou a ser negociado a US$ 61.357 por unidade. No radar, os mineradores seguem despejando bitcoins no mercado, enquanto os fundos regulados da criptomoeda pararam momentaneamente de trazer demanda para o ativo.

Entre os fundos negociados em bolsa (ETFs) de bitcoin à vista, ontem foi registrado um saldo líquido negativo de US$ 139,9 milhões. Foi o quinto fluxo negativo diário consecutivo para os ETFs. Os fundos mais afetados pela onda de vendas de cotas foram o GBTC, da Grayscale, com saídas de US$ 53,1 milhões, e o FBTC, da Fidelity, que somou US$ 51,1 milhões em retiradas.

Perto das 9h56 (horário de Brasília) o bitcoin cai 3,2% em 24 horas, cotado a US$ 63.766 e o ether, moeda digital da rede Ethereum, tem queda de 2,6% a US$ 3.494, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo é de US$ 2,45 trilhões. Em reais, o bitcoin apresenta desvalorização de 2,56% a R$ 349.533, enquanto o ether recua 2,09% a R$ 19.127 de acordo com valores fornecidos pelo MB.

Entre as altcoins (as criptomoedas que não são o bitcoin), a solana (SOL) despenca 5,1% a US$ 131,23, o BNB (token da Binance Smart Chain) tem queda de 2,8% a US$ 584,15 e a avalanche (AVAX) recua 1,9% a US$ 27,54.

Segundo Ayron Ferreira, analista da Honey Island Capital, os mineradores de bitcoin seguem vendendo suas criptomoedas neste momento pós-halving (evento programado que ocorre de quatro em quatro anos no qual a recompensa por “minerar” a moeda digital cai pela metade). “O número de BTCs enviados por mineradoras de bitcoin para as exchanges atingiu o maior nível em dois meses, em meio a uma queda nas suas receitas devido às menores taxas de transação”, explica.

Vale lembrar que com a redução no número de bitcoins emitidos a cada novo bloco descoberto pelos mineradores, a criptomoeda precisa ser negociada a um preço mais elevado para que a operação continue a valer a pena.

Além disso, Ferreira destaca que detentores antigos e com grandes quantidades de bitcoin realizaram lucros significativos, o que fortalece a pressão de venda nesse momento. “O mercado ainda monitora a movimentação de carteiras vinculadas ao governo da Alemanha, que estaria movimentando cerca de 6.500 bitcoins apreendidos, possivelmente com a intenção de vender”, lembra.

Usando análise técnica, Tasso Lago, especialista em criptomoedas e fundador da Financial Move, diz que o bitcoin pode cair agora para os patamares de US$ 58 mil a US$ 60 mil, que são, na opinião dele, excelentes patamares de suporte (níveis de preço que costumam atrair compradores).

Para Lago, o mercado voltará a se aquecer quando os primeiros ETFs de ether à vista forem lançados nos EUA. “Quando isso acontecer, espero uma performance positiva do ether, indo em direção ao seu topo histórico e, posteriormente, rompendo o nível dos US$ 5 mil”, prevê.

Do lado micro, o site “Coindesk” aponta que os traders de derivativos de bitcoin estão apostando em opções de compra com vencimento em dezembro e março com valores de US$ 90 mil e US$ 100 mil. “Acreditamos que isso sugere que o mercado está chegando ao fundo do poço e se posicionando para uma recuperação sustentada, possivelmente até 2025”, escreveu a QCP Capital.

Também no noticiário, os irmãos Tyler e Cameron Winklevoss, fundadores da Gemini, anunciaram que cada um doou US$ 1 milhão à campanha do candidato republicano à presidência dos EUA, Donald Trump. Eles acusaram o atual presidente americano, Joe Biden, de ter declarado guerra ao mercado cripto nos últimos anos.

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