Web Summit

Por Rennan Setti, de Lisboa/O Globo


Paddy Cosgrave no Web Summit de Lisboa — Foto: Divulgação
Paddy Cosgrave no Web Summit de Lisboa — Foto: Divulgação

A ambição do Web Summit é transformar a versão carioca do maior evento de tecnologia da Europa em uma “porta de entrada de todo o mundo para a América do Sul”, afirma o fundador e CEO Paddy Cosgrave. Depois de receber mais de 70 mil pessoas na tradicional edição em Lisboa, o evento se prepara para atrair 10 mil participantes — “ou mais”, especula — no Riocentro em maio, em sua primeira experiência latino-americana.

"Espero que seja o evento mais internacional que já houve no Brasil. O sonho da startup do Brasil costumava ser crescer no país ou na América Latina. Agora, elas olham para o mundo. Elas não veem mais como impossível criar uma empresa global a partir do Rio", diz o empreendedor irlandês, que foi um dos fundadores do Web Summit em 2009, ainda em Dublin.

Questionado sobre qual impacto a mudança de governo no Brasil pode ter sobre as discussões no Web Summit Rio, Cosgrave desconversa — embora alguns dos seus principais convidados na edição deste ano em Lisboa atuem na arena política, como a primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, e o presidente de Timor-Leste, José Ramos Horta.

"Encontrei muitos executivos nos últimos dias. Eles só querem clientes. Eles não querem se preocupar com política. As empresas vão para o Brasil porque a América do Sul é um dos maiores mercados do mundo. Nossa ambição é que o Web Summit no Brasil se torne uma porta de entrada de todo mundo para a América do Sul", afirma Cosgrave, que só conseguiu atrair Zelesnka após uma negociação “complicadíssima” com o governo ucraniano, com o qual já tinha um relacionamento.

Negócios e lazer, de Lisboa ao Rio

Cosgrave quer convidar Lula para o Web Summit Rio. "Talvez o Lula até vá, não sei… Mas é importante que o evento aconteça pela primeira vez. Os ministros vão e, se gostarem, podem recomendar ao presidente. Seria ótimo que o Lula também liderasse uma delegação brasileira na edição de Lisboa", completa.

A edição carioca tem a seu favor o fato de os brasileiros terem se tornado o quarto maior público do Web Summit, atrás apenas de britânicos, alemães e americanos. “Cadê os franceses?!?!?!”, questiona o fundador.

O Rio foi anunciado como vencedor da disputa pelo Web Summit em maio, batendo Porto Alegre e Brasília. O contrato prevê três edições anuais, podendo ser prolongado por mais três anos. "Lisboa funciona bem porque é uma mistura de negócios com lazer. E as pessoas vão ao Rio pela mesma razão. É uma das cidades mais especiais do mundo. Mas vamos moderar nossa expectativa, porque será o primeiro (risos)…", explica o irlandês.

Oriente Médio e África

O prefeito Eduardo Paes se envolveu diretamente nas negociações com o Web Summit e chegou a vir a Lisboa para a edição de 2021. (Este ano, sua vinda também estava prevista, mas foi cancelada na última hora, diante dos protestos bolsonaristas que acontecem na cidade).

O plano do seu governo é fazer do Web Summit uma espécie de consolidação de sua estratégia de atração de negócios tecnológicos, segundo Chicão Bulhões, secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio.

"O Web Summit foi fundamental na transformação da cidade de Lisboa. E o Rio tem tudo para ser essa capital na América Latina. O Rio já é um polo de inovação, terá uma sede do Impa no Porto do Rio com papel fundamental; tem um jeito mais despojado de se trabalhar; já é uma cidade 'cripto-friendly'", contou o secretário à coluna durante o Web Summit em Lisboa.

Mas Paddy Cosgrave quer ir além do Rio e já planeja edições no Oriente Médio e na África dentro de alguns anos. "Seria maravilhoso fazer também em Pequim, quando houver uma abertura, não só com relação à Covid, mas também com relação à guerra comercial. Eu sou europeu. A gente quer ser uma ponte. Aprendemos com as lições da história. É melhor fazer comércio com as pessoas do que ser um babaca!", brinca.

* O repórter viajou a convite da organização do Web Summit

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