Ciência e Saúde

Por Rafael Faustino


Hospital Israelita Albert Einstein abriu fellowship em biodesign para promover inovação na saúde — Foto: Foto: Divulgação
Hospital Israelita Albert Einstein abriu fellowship em biodesign para promover inovação na saúde — Foto: Foto: Divulgação

O Hospital Israelita Albert Einstein está trazendo para o Brasil uma adaptação da fellowship em biodesign da Universidade de Stanford, nos EUA. O curso de pós-graduação lato sensu tem caráter multidisciplinar e busca unir conhecimentos de áreas como medicina, engenharia e ciência da computação para gerar novos projetos de inovação em saúde. A estrutura do Einstein será combinada com a experiência já acumulada por Stanford, que destacará docentes para o curso e apoiará seu desenvolvimento e gestão.

A fellowship se soma a outras iniciativas recentes do hospital visando a inovação em saúde, como uma plataforma de big data para auxiliar o Ministério da Saúde na avaliação e fiscalização do funcionamento de unidades públicas de saúde e do uso dos recursos federais repassados; e um fundo de R$ 100 milhões para investir em startups do setor.

“O propósito [da fellowship] é formar líderes, pessoas que possam aplicar esse conhecimento de inovação na saúde, seja por meio de uma startup ou também liderando o processo de inovação dentro de organizações. Esperamos que, ao final do programa, elas estejam aptas a liderar iniciativas dentro dos vários segmentos da saúde: serviços digitais, equipamentos médicos, hospitais ou outros”, explica Rodrigo Demarch, diretor executivo de Inovação do Einstein.

Demarch, inclusive, foi aluno do curso original em biodesign e inovação em Stanford. Passados alguns anos, ele traz a iniciativa, que já foi implementada também em países como Singapura e Japão, para sua primeira aplicação na América Latina.

O curso de Stanford

A iniciativa voltada para biodesign na Universidade de Stanford foi iniciada por Josh Makower e Paul Yock no ano 2000, com a criação do Byers Center para Biodesign em Stanford, e a metodologia do que passou a ser chamado de Processo de Biodesign.

“Eles entenderam que era necessário seguir certos processos para inovar na saúde e gerar melhorias para as pessoas, e não simplesmente ter ideias. É como uma aplicação do design thinking na saúde”, diz Demarch.

Rodrigo Demarch, diretor executivo de Inovação no Hospital Israelita Albert Einstein — Foto: Divulgação
Rodrigo Demarch, diretor executivo de Inovação no Hospital Israelita Albert Einstein — Foto: Divulgação

Em Stanford, algumas das inovações realizadas ao longo dos pouco mais de 20 anos de fellowship foram, segundo a universidade, “um tratamento para doenças da próstata sem efeitos colaterais devastadores; uma maneira mais rápida e precisa de diagnosticar arritmias cardíacas; e um dispositivo que ajuda as mulheres que tomam pílulas anticoncepcionais a evitarem esquecer de tomar o remédio”.

O Einstein espera que soluções igualmente importantes possam ser criadas por aqui. “Sabemos que profissionais que conheçam processos de inovação são cada vez mais importantes para as organizações, e para isso é necessário ter pessoas devidamente formadas”, diz Dermarch.

O curso no Brasil

A “Biodesign Fellowship – Inovação em Saúde” será realizada entre abril e novembro deste ano, com carga de 700 horas distribuídas em 20 horas/semanas.

O curso é indicado pelo Einstein para médicos especialistas, engenheiros, cientistas de dados, designers, administradores e demais profissionais da saúde que já tenham pelo menos três anos de atuação profissional em suas respectivas áreas.

As inscrições estão abertas até 30 de janeiro, ao valor de R$ 700, e os selecionados receberão uma bolsa mensal de R$ 3 mil para poderem se dedicar adequadamente às atividades. Segundo Demarch, serão selecionados 8 fellows, divididos em duas equipes multidisciplinares, que trabalharão em conjunto ao longo do curso.

As atividades serão quase todas presenciais, na unidade do Albert Einstein no bairro do Morumbi, em São Paulo. Haverá também imersões em hospitais públicos da região, atividades de prototipagem no laboratório do Einstein e estágio em áreas que serão disponibilizadas pelo hospital.

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