A Polícia Civil do Distrito Federal realiza nesta quinta-feira (25) uma operação em São Paulo, contra um grupo suspeito de aplicar o golpe do falso leilão de carros. Agentes da 9ª delegacia de Polícia cumprem 12 mandados de prisão e 10 de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Santo André e São Bernardo do Campo. A Justiça autorizou o bloqueio de 50 contas bancárias e a derrubada de 540 domínios de sites falsos. Ao todo, são feitos 61 indiciamentos contra suspeitos de participar do esquema.
Os investigadores informaram que o suspeito de comandar o grupo, identificado como Lucas Fernando Simões, conseguiu fugir para os Estados Unidos, onde tem uma empresa de aluguel de carros, e teve a prisão preventiva decretada. A esposa dele, que também tinha participação no esquema, foi presa.
De acordo com a polícia, o grupo agia há cinco anos. Primeiro, os suspeitos selecionavam sites reais de empresas do ramo de leilão de veículos. Depois, clonavam as páginas trocando apenas a extensão do endereço eletrônico. Enquanto os sites verdadeiros terminaram em .com.br, os falsos terminaram em .net. Os criminosos então contratavam empresas de marketing digital para impulsionar os portais clonados em mecanismos de pesquisas, como o Google. Assim, quando alguém procurava pela empresa real, encontrava, como primeiro resultado na busca, os sites falsos. A partir daí, as vítimas começavam a interagir com os criminosos, dando lances e recebendo falsas notas de arrematação. O golpe só era percebido meses depois, porque o carro nunca era entregue. Neste ponto, a vítima já não conseguia mais contato com os criminosos.
Prejuízo de R$ 470 mil no DF
Apenas no Distrito Federal, foram registradas 10 ocorrências. O prejuízo soma R$ 470 mil. Mas os policiais afirmam que há vítimas por todo o país. A operação era comandada de um escritório em Santo André. A investigação identificou 540 sites mantidos pelo grupo. Depois de usar um mesmo nome falso em muitos golpes, quando a empresa recebia muitas queixas em sites de reclamação, o portal era retirado do ar.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, os suspeitos mantinham contas bancárias em nomes de laranjas, em mais de 10 bancos diferentes. Depois que os valores dos golpes eram recebidos, eles eram fragmentados em transferências para dificultar o rastreamento do dinheiro. A maioria dos titulares dessas contas é do Rio de Janeiro. Os indiciados vão responder por participação em organização criminosa, lavagem de dinheiro e fraude eletrônica. Somadas, as penas ultrapassam os 30 anos de prisão.