Nascida na Paraíba, a decisão de Juliette de se mudar para o Rio de Janeiro, além de estratégica para se adaptar aos trabalhos após conquistar a fama com a participação no Big Brother Brasil, tem também contribuição espiritual. "Eu senti que ia morar aqui. Um dia estava na Lagoa com amigas e começamos a chorar juntas. Foi quando senti Deus pela primeira vez em um lugar – que não fosse na igreja ou em minhas orações", conta ela para a Casa Vogue. A previsão tornou-se então real. Vivendo atualmente em uma casa alugada na capital fluminense, a artista recentemente realizou uma reforma nos interiores do lar, a fim de imprimir sua personalidade em todos os ambientes.
"Tentei fazer com que a minha casa ficasse mais parecida comigo, a partir do meu propósito de tranquilidade, família e frescor", conta. "É um lugar que agora transmite paz e me traz equilíbrio. Nada de exageros, porque já vivo uma vida turbulenta. Então precisava de uma casa que me trouxesse calmaria em meio à correria do dia a dia".
A transformação foi realizada sob o comando das arquitetas Andreia Julinda e Camila Soares, do escritório AC Arquitetura. "A Juliette queria uma 'casa com cara de casa', e como ela gosta de ambientes claros, optamos por trabalhar tons de off white e muita madeira na área social e íntima", contam as profissionais. "Cada cantinho da casa tem algo que lembra ela, como presentes que ganhou dos fãs e tem muito carinho, além de obras de artistas paraibanos que ela sempre gostou e tem muito orgulho de exaltar e compartilhar".
Engana-se quem acha que a artista não participou do projeto. "Fui totalmente ativa", diz ela. Com suas manias de organização, Juliette conta que até hoje faz pequenas alterações, mudando alguns dos elementos de lugar. "Esses dias fiz uma parede de lambe e lambe da Frida [Kahlo] com temas de cacto", relembra. "Cada dia eu boto uma florzinha diferente lá, coloco uma planta e por aí vai".
Há obras de arte que colorem os cômodos por toda parte. Dentre os destaques, está uma composição de quadros com fotografias do Bruno Abdala que retratam os lençóis maranhenses e foi escolhida a dedo pelas arquitetas e pela Juliette, juntamente com o autor. Outra peça de arte de grande impacto é o balanço desenhado por Anne Furtado instalado no hall “verde” ao lado da escada e no acesso ao quarto de hóspedes no térreo.
"Criamos um pequeno ambiente instagramável, com teto e paredes na cor verde com bastante plantas que servem de fundo para o belíssimo balanço. Além disso, inserimos outras obras marcantes da Cornicci como o cocar, o quadro da árvore da vida que é super delicado e o quadro em homenagem a irmã da Juliette, que carrega muito sentimento", contam as arquitetas. Esse último, por sua vez, é a peça favorita da artista na casa: "Essa obra traz muita ancestralidade e conexão com minha irmã. O feminino, a luta e a força. Tudo tem sentido e significado", completa Juliette.
Para o mobiliário, alguns móveis existentes na casa foram aproveitados e repaginados pelas arquitetas, a partir da troca de tecidos e dos estofados, compondo um novo layout com os novos produtos adquiridos. "Escolhemos uma nova mesa de jantar, em formato ovalado e toda em carvalho natural, que é a peça principal da sala de jantar e combina muito bem com as novas cadeiras escolhidas com detalhe em couro no estofado", comentam Andreia e Camila.
Nos três andares que contemplam a residência, o pavimento térreo abriga um hall de entrada, sala de estar para dois ambientes, sala de jantar, quarto de hóspedes com banheiro, cozinha, lavanderia, terraço, área gourmet, um pequeno espaço fitness e mais um quarto com banheiro ao lado, além de uma piscina em formato orgânico com gazebo no jardim.
O segundo andar possui quatro suítes, sendo uma delas com closet e varanda integrados. O sótão, por fim, é dividido em dois grandes cômodos, interligados por um amplo hall. "Em um deles nós projetamos um espaço para ensaios que também é uma área para pequenas reuniões entre amigos", detalham as profissionais do AC Arquitetura. "No outro, nós projetamos um espaço para reuniões de trabalho, ensaios fotográficos, pequenas produções e camarim".
Com cores vibrantes, ao contrário dos demais ambientes, o espaço reservado para os ensaios e produções musicais de Juliette é extravagante – e tem uma razão para isso. "Eu acho que é um lugar muito espaçoso para me permitir ficar livre e solta, além de ativar a minha criatividade", opina a artista. "As cores estimulam essa sensação. O LED traz a modernidade e o espelho enorme faz eu me enxergar fazendo algo no lugar em que eu quero estar. Uma relação entre criatividade e modernidade".
Assumidamente adepta do urban jungle, quando questionada sobre o que não poderia faltar na sua casa – e também nas futuras, a artista conclui: "Precisa ter significado e as minhas raízes. E não poderia faltar plantas. São elas que trazem vida aos ambientes".