Decoração

Por Beatriz Bourroul (@biabourroul)

Lia Khey, ex-participante do Big Brother Brasil 10, tem se desenvolvido como escultora têxtil. Obras assinadas por ela decoram casas de personalidades, como a atriz Sheron Menezzes e a cantora Preta Gil. As peças começaram a ser desenvolvidas em 2020, ao perceber que os trabalhos como dramaturgia -- a atriz cursou teatro e cinema -- dependiam de muitas variáveis e não apenas de seu desempenho para ser aprovada nos testes.

"Precisava de algo que me mantivesse e comecei a tecer. Encontrei um galho à beira-mar em São Sebastião, no litoral de São Paulo, e comprei dois rolos de linha. Tecer era algo que já sabia fazer por causa da minha mãe. Compartilhei o resultado nas minhas redes sociais e, aos poucos, comecei a viver disso", diz.

 Lia Khey mostra primeira peça como escultora têxtil. Criação foi feita em 2020 — Foto: Arquivo pessoal
Lia Khey mostra primeira peça como escultora têxtil. Criação foi feita em 2020 — Foto: Arquivo pessoal

Com a divulgação da obra, a artista foi chamada pelo escritório Joe Filho Arquitetos. "O pessoal da Joe Filho me chamou para fazer uma obra inspirada no universo Infinito Particular. Foi aí que meu trabalho chamou a atenção e as oportunidades se abriram", conta Lia, que atualmente desenvolve collabs para a ArtImage. "Fico feliz em perceber o bordado e o crochê estejam na alta decoração. Pretendo que essa arte seja valorizada para as bordadeiras, para quem está na base."

AUTODIDATA
Ela aprendeu o macramê, técnica de tecer fios sem nenhum tipo de maquinaria ou ferramenta, usando apenas as mão, de maneira autodidata. "Quando comecei com o macramê, queria fazer como obra de arte. Não pensava em objetos de decoração. Aprendi a técnica sozinha. Eu me conecto muito com a minha ancestralidade durante o processo de criação. Meu pai é libanês, refugiado de guerra, e minha mãe é uma mulher preta que ficou órfã ainda menina. Dos 9 aos 18, ela ficou sob a tutela de um conselho e não foi adotada. Ela trabalhou como empregada doméstica, se alfabetizou sozinha, aprendeu a cozinhar, pintar, bordar... Por isso, digo que o macramê me conecta com minha ancestralidade. A arte têxtil transformou a minha vida e me empoderou."

Ex-BBB Lia Khey mostra trabalho como escultora têxtil em peças decorativas — Foto: Divulgação/@motumbarte
Ex-BBB Lia Khey mostra trabalho como escultora têxtil em peças decorativas — Foto: Divulgação/@motumbarte

CRIAÇÕES
As peças desenvolvidas por Lia são de diferentes tamanhos e podem ser feitas sob encomenda ou adquiridas do acervo. "Teve uma obra, de 1,90m, que criei depois de terminar um relacionamento. Foram 21 dias tecendo. Para a casa da Preta Gil, fiz um portal. Para a Sheron Menezzes, fiz uma escultura de mesa. Temos amigos em comum e ela comentou queria uma obra para a casa nova. Mostrei uma opção, Sheron gostou e adquiriu", diz.

Tendência de decoração, as esculturas têxteis são consideradas versáteis por terem uma estrutura que permite que sejam moldáveis. De acordo com a artista, suas peças foram aprimoradas à medida que ganhou experiência. "Decidi realizar um trabalho que não dependeria de ninguém. Com o tempo, evoluí e tenho me aprofundado nas linhas e tecidos. Cada peça leva horas e horas para ser concluída, demanda muito cuidado e precisão. Também vou experimentar o trabalho com feltro. As esculturas têm uma estrutura de ferro interna."

Lia Khey e a obra La Mariposam inspirada no livro Mulheres que correm com os lobos — Foto: Divulgação/@motumbarte
Lia Khey e a obra La Mariposam inspirada no livro Mulheres que correm com os lobos — Foto: Divulgação/@motumbarte

MOTUMBARTE
"Motumbá é uma palavra em orubá e significa benção. Tenho o projeto Motumbarte, focado na inclusão para mulheres em situação de vulnerabilidade. Quero vê-las criar peças que possam ser vendidas e com verbas revertidas de maneira justa. O objetivo é que tenham autonomia financeira e possam sair de relações abusivas. Percebo que muitas mulheres vivem em situações abusivas porque não têm condições de se manter sozinhas. Quero criar oficinas para que elas aprendam o macramê e encontrem formas de viver dignamente. Não adianta vender uma peça por 8 mil reais e a bordadeira receber 20 reais. As mulheres precisam ser valorizadas pela arte. É importante criar empregos e oferecer dignidade às mulheres."

 Peça decorativa criada por Lia Khey — Foto: Divulgação/@motumbarte
Peça decorativa criada por Lia Khey — Foto: Divulgação/@motumbarte
 Escultura criada por Lia Khey em madeira  e barbante 100% algodão — Foto: Divulgação/@liakhey
Escultura criada por Lia Khey em madeira e barbante 100% algodão — Foto: Divulgação/@liakhey

FAMA E BBB
Lia Khey não esconde seu passado como ex-participante do BBB10. "Gosto de ser lembrada pelo BBB. Quando saí do reality, encontrei o preconceito imediatamente. Sou de origem muito simples. Antes de entrar no Big Brother, não tinha dinheiro para fazer uma obturação no dente. O dinheiro era muito apertado. Depois que saí do Big Brother, entrei numa crise existencial porque pensava: 'Cheguei até aqui. E agora?'. Foi quando decidi estudar", conta ela, que cursou cinema e teatro a partir de 2012.

"Abdiquei da fama do BBB, fiquei reclusa e fui estudar teatro. Fiz comerciais, atuei em projetos como a série Olhar Indiscreto, com a Débora Nascimento, e fui galgando espaços. Porém, acabei voltando a ficar sem dinheiro. No Brasil, é muito difícil viver de arte, especialmente na dramaturgia. Você depende de teste e não basta ir bem para conquistar a vaga. São diversos os critérios que fazem você pegar um papel", completa.

Lia não descarta a possibilidade de voltar em uma futura edição do reality show. "Participaria novamente. Hoje, o BBB tem um hype maior. Acredito que seria uma chance de ganhar dinheiro para investir nos projetos que já tenho. Meus objetivos vão além de mim."

Antes e depois: Lia Khey, em 2010, quando participou do BBB10, e com visual atual em trabalho como escultora têxtil — Foto: Divulgação
Antes e depois: Lia Khey, em 2010, quando participou do BBB10, e com visual atual em trabalho como escultora têxtil — Foto: Divulgação
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