• por Marley Galvão
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Após acusações de racismo, Museu de Belas Artes de Boston destinará R$ 2,8 milhões à diversidade (Foto: Getty Images)

Museu de Belas Artes de Boston (Foto: Getty Images)

O mercado de colecionadores de obras de arte está em festa. É que uma decisão inédita da Associação dos Diretores de Museus de Arte autoriza a venda de obras de arte pertencentes aos acervos dos museus.

O código de conduta existente para esse tipo de instittuição desencorajava os museus de vender arte para pagar suas contas. Mas a crise econômica gerada pela falta de público em função do isolamento social mundo afora por causa da pandemia da Covid-19 está levando museus a terem suas contas cada vez no negativo. "O que estamos tentando alcançar é proporcionar às nossas organizações membros um pouco mais de flexibilidade financeira ", disse Brent Benjamin, presidente da Associação de Diretores de Museus de Arte, à rede CBS News neste sábado.

Como via de regra, os museus são incentivados a vender obras de arte apenas se a receita  aumentar uma coleção. Um exemplo disso foi quando o Museu de Arte de Baltimore vendeu várias peças de seu arquivo para adquirir mais obras de mulheres e artistas negros.

No passado, quem enveredou pelo mundo dos negócios de arte foi alvo de severas críticas, caso do Museu Berkshire, em Massachusetts, que foi pixado e fortemente criticado quando levantou fundos vendendo dezenas de peças, incluindo duas premiadas Norman Rockwells, em um leilão. "Nós nunca fizemos isso antes, mas esta é uma circunstância que nunca enfrentamos antes", disse Benjamin.

De acordo com a CBS News, nos próximos dois anos, a associação não punirá os museus que precisarem negociar parte de seus acervos para sobreviverem. Entretanto, Nina Del Rio, vice-presidente da casa de leilões da Sotheby's, disse que, "embora a flexibilidade e o controle adicionais sobre os ativos de um museu serão fundamentais para muitas de suas sobrevivências, o público não deve esperar por um dilúvio de vendas em breve".