• 20/04/2020
  • LUIZA QUEIROZ | FOTO REPRODUÇÃO
Atualizado em
Saúde mental na quarentena: o que é aromaterapia e para quê serve (Foto: Reprodução)

A alquimista Estefânia Verreschi, da Ervaria das Luas, discute o papel dos óleos essenciais (Foto: Reprodução)

Você já ouviu falar em aromaterapia? Ela é um método de terapia complementar que ajuda a diminuir sintomas psicológicos e até físicos usando cheiros provenientes de óleos essenciais. Estes óleos são líquidos extraídos de plantas aromáticas e que não possuem a adição de produtos químicos, e por isso são considerados produtos naturais. Apesar de estar conquistando mais espaço atualmente, o uso de aromas para trazer bem-estar e saúde é bastante antigo. “Há relatos de uso na Antiguidade, em locais como Índia e Egito. Na década de 30, a França e a Inglaterra passaram a adotar e pesquisar o uso terapêutico dos óleos essenciais. Atualmente, no Brasil, ela é reconhecida como Prática Integrativa e Complementar, e foi incluída no SUS (Sistema Único de Saúde) em 2018”, afirma Lúcia Lucatto, enfermeira especializada em Práticas Complementares de Saúde e em Fitoterapia.

Mas cuidado: mesmo que existam estudos mostrando que a aromaterapia é eficaz, ela não deve ser usada como alternativa a tratamentos clínicos com psicólogos, psiquiatras, fisioterapeutas ou outras especialidades médicas. “Práticas complementares são usadas em paralelo ao tratamento indicado pelo médico e de acordo com suas instruções. Como exemplo podemos citar uma dieta balanceada e o uso de florais para melhorar a ansiedade”, explica a Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia).

Quando combinada a outros tratamentos, porém, a aromaterapia traz uma série de benefícios, que incluem redução de dores articulares, aumento da libido e melhora na concentração. Um estudo produzido por pesquisadores da Coreia do Sul mostrou que a aromaterapia efetivamente reduziu os níveis de ansiedade e melhorou a qualidade do sono em pacientes de uma UTI que sofreram intervenção coronária percutânea. O que acontece é que, quando você sente o cheiro do óleo essencial, este aroma é processado pelo sistema límbico, que regula as emoções do corpo humano. O organismo produz diferentes reações dependendo do tipo de óleo utilizado.

Como é feita a aromaterapia?

“Os óleos essenciais podem ser utilizados de diversas formas. Dentro da aromaterapia, as mais comuns são: a inalação, por meio da qual as moléculas aromáticas são imediatamente enviadas ao cérebro; a massagem, um tratamento clássico que possibilita o efeito terapêutico também por meio da inalação dos aromas e pela absorção cutânea; por meio dos difusores de ambiente, quando as moléculas dos óleos essenciais são propagadas no ar, criando um espaço de calma, relaxamento ou aquietação da mente”, explica Estefânia Verreschi, alquimista e fundadora da Ervaria das Luas. Ela também cita que os óleos podem ser utilizados em banhos terapêuticos, em pomadas, e em velas. Logo, não há um número exato de “sessões”, já que os adeptos à aromaterapia acabam incluindo o uso dos óleos essenciais em sua rotina.

Qualquer pessoa pode fazer?

À princípio, quem se interessa pelo assunto pode começar a pesquisar e estudar o papel de cada óleo essencial e utilizá-lo por conta própria. Mas fique atento: se o seu objetivo é tratar de algum sintoma ou doença específicos, é necessário o acompanhamento profissional. Também é necessário pesquisar corretamente as indicações e contraindicações de cada óleo essencial. Mais adiante, elaboramos uma lista com os principais óleos, indicando quando devem ser usados e quando devem ser evitados. “Como via de regra, devemos ter muito cuidado ao usá-los em crianças, idosos e gestantes. É mais seguro ter a avaliação de um profissional”, afirma Lúcia.

Qual óleo é mais indicado para determinada situação?

A pedido de Casa Vogue, Estefânia e Lúcia listaram alguns óleos essenciais com suas indicações e contra-indicações. “É muito fácil se encantar, mas é muito importante ter precaução”, diz a alquimista. Confira a lista:

Óleo essencial de alecrim:
É contraindicado para quem tem hipertensão arterial, pois causa aumento da pressão arterial. No entanto, este óleo é recomendado para aqueles que têm a pressão mais baixa que o normal.

Óleos essenciais cítricos:
Possuem ação anti-estresse, porém podem causar queimaduras na pele quando expostos ao sol.

Óleo essencial de lavanda:
A lavanda, um dos óleos mais coringas e seguros, é indicado para quem tem dificuldades de dormir e crises de ansiedade. Ela acalma os nervos, relaxa os músculos, e tem ação antidepressiva. No entanto, este óleo abaixa a pressão arterial, por isso não é ideal para quem tem pressão baixa.

Óleo essencial de hortelã pimenta:
Alivia dores de cabeça, sintomas de gripe e resfriado e dores musculares.

Óleo essencial de gerânio:
Regula as taxas hormonais, ameniza sintomas de TPM ou menopausa, e traz relaxamento.

Óleo essencial de camomila: 
Tem ação analgésica, antialérgica, calmante, cicatrizante e sedativa, além de combater a tensão.

Óleos que não podem ser utilizados durante a gravidez:
Óleos essenciais de artemísia, sálvia esclareia e canela não devem ser utilizados durante a gravidez.

Dica: É bom lembrar de sempre utilizar os óleos essenciais dissolvidos em um óleo vegetal carreador.

Acompanha tudo de Casa Vogue? Agora você pode ler as edições e matérias exclusivas no Globo Mais, o app com conteúdo para todos os momentos do seu dia. Baixe agora!