Oscar 2020: por dentro da casa do filme Parasita

AVISO: texto sem spoiler. O filme Parasita, oitavo longa do diretor Bong Joon-ho, foi o grande vencedor do Oscar 2020. A cerimônia aconteceu neste domingo (9), em Los Angeles. A produção sul-coreana recebeu quatro estatuetas e se tornou a primeira não falada em língua inglesa a vencer como Melhor Filme. Além do principal prêmio da noite, o longa também ganhou como Melhor Roteiro Original, Melhor Diretor e Filme Internacional. 

A trama basicamente se passa em uma mansão projetada pelo arquiteto fictício Namgoong Hyeonja, um apaixonado pelo sol. Mas na realidade, o responsável pela obra foi Lee Ha Juo, designer de produção que desenvolveu o projeto exclusivamente para o filme.

A história conta o plano que uma família pobre cria para se infiltrar no dia a dia de uma família rica. Os principais eventos que ocorrem passam principalmente na mansão, um local estonteante, limpo, claro, com grandes janelas e uma vista para um belo jardim; o oposto da casa subterrânea, escuro e suja em que vivem os protagonistas - cenário também criado por Lee Ha Juo e sua equipe.

Com uma estática minimalista e fria, é na mansão que os contrapontos das duas famílias ficam expostos, não só pelas vestimentas, mas também pelos odores - algo muito abordado no filme. Os telespectadores ficam com a sensação de estarem sentindo os mesmos cheiros. A suntuosa escada que dá acesso à  parte superior casa também vale destaque: uma referência a quem está no "topo" da sociedade. Já a decoração discreta conta com tons escuros e sóbrios.

Envolto em uma discussão central sobre desigualdade social, Parasita deixa uma questão no ar: afinal, quem é parasita de quem na sociedade em que vivemos?

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