• 26/05/2019
  • Por Adriana Mori | Fotos Thinkstock
Atualizado em
Close up, cute cat and dog together lying in the bed (Foto: Getty Images/iStockphoto)

Escrever sobre animais é ser um tipo de consultor informal de dificuldades com pets para amigos e família. Infelizmente, a pessoa aqui não é exatamente uma boa resolvedora de casos (uma das minhas cadelas é latidora compulsiva), mas felizmente sei quem sabe lidar com esses comportamentos indesejados.

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Para falar sobre ocorrências comuns envolvendo bichos e casa, conversei com o adestrador Cleber Santos, especialista em etologia e proprietário da ComportPet, centro de treinamento e comportamento animal em São Paulo. Claro, há quadros complexos que necessitam de estudo mais profundo para serem resolvidos, mas em linhas gerais, a maior parte pode ser solucionada com medidas simples, carinho e comprometimento dos tutores.

Woman sitting on sofa in living room with her pets little dog and cat (Foto: Getty Images/iStockphoto)

SOS sofá

Usar os móveis para gastar as unhas é um comportamento bastante comum. “Atualmente os gatos vivem dentro de casa e não têm mais as árvores e as ruas para fazer isso”, diz Cleber. Pode ser também a ausência de uma superfície adequada afiar as garras. “O gato pode nunca ter tido um arranhador adequado ou aprendido o local correto para afiar as garras”, explica.

Providencie um arranhador estável (para arranhar sem medo de tombar), com diferentes superfícies (pode ser carpete e corda, por exemplo) e alturas (para o felino arranhar em diversas posições), e instale próximo ao móvel a ser protegido. “Para o gato aprender a usar, estimule-o para que arranhe o lugar certo. Em paralelo, aplique repelentes nos móveis para evitar recaídas”, indica.

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cat clawing couch (Foto: Getty Images/iStockphoto)


Buracos pelo jardim

Quem nunca viu essa cena – em filmes ou na vida real -, um cão escavando o jardim e arrancando todas as plantas? “O tutor que dispõe de um espaço grande acha que não precisa mais levar o cão para passear”, aponta o especialista. Ledo engano: uma hora o cão pode se entediar e cavar para se distrair. Para evitar, a sugestão é gastar energia fora do ambiente com pelo menos dois passeios por dia. Ele já é cavador? “Ande com ele pelo jardim com coleira e guia, para que entenda que não é um espaço proibido, mas que deve ser respeitado. A guia age como um limitador para o tutor chamar a atenção do animal para si”, diz.

A dog with her entire head underground in a hole she has dug.  (Foto: Getty Images/iStockphoto)

Gato x caixa de areia

Há vários motivos para o gato não utilizar a caixa de areia corretamente: marcação de território, banheiro sujo, areia ou granulado que não agradam, ansiedade, estresse.... Vale a pena investigar qual pode ser o motivo da má pontaria (veja algumas dicas neste post) e se nada der certo, pode ser uma boa ideia consultar um comportamentalista especializado em felinos.

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Little kittens sitting in cat toilet (Foto: Getty Images/iStockphoto)


Jornal, esse desconhecido

Nada é de graça. Cães que aprenderam a usar o jornal (ou o tapete higiênico) para fazer suas necessidades tiveram paciência e dedicação de seus tutores para ensinar o local adequado. Porém, sempre é tempo para aprender novos hábitos. A primeira dica é estabelecer uma rotina. “Não pode comer o dia todo à vontade durante o aprendizado. Para os filhotes, divida a quantidade de ração em três vezes e para os adultos, duas”, aconselha. Dessa forma, dá para saber quando vão evacuar.

É importante também definir um lugar para colocar o jornal e não mudar. O aprendizado será mais fácil com a escolha de um ambiente fixo, longe de onde comem e dormem. “Utilize atrativos para o cachorro entender que ali é o local correto para as necessidades. Sempre que fizer no lugar certo, o dono pode recompensá-lo com um petisco ou carinho”, diz.

Golden retriever puppy looking guilty from his punishment (Foto: Getty Images/iStockphoto)

Latidos incessantes

O latido é a forma de comunicação dos cães e pode ocorrer por várias razões, desde identificar estranhos presentes em seu território, “conversar” com outros cães, chamar a atenção até expressar felicidade ou insatisfação. “Mas pode ser também energia acumulada, pois muitos tutores trabalham o dia todo e não proporcionam atividade física necessária para o animal”, diz. Nesse caso, mais passeios e eventualmente alguns dias por semana em uma creche pode ajudar a gastar energia e desestressar.

Para corrigir, não dê atenção enquanto estiver latindo. “Espere que pare para fazer carinho”, recomenda. Quando o cachorro recebe atenção enquanto late – seja repreendendo ou simplesmente aparecendo na frente dele -, o efeito pode ser contrário e o cão interpretar que terá o dono para si quando latir, fortalecendo a conduta indesejada.

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gray siberian husky calling in front of white background (Foto: Getty Images/iStockphoto)


Incompatibilidade de gênios

Cautela é a palavra-chave. “Não adianta adotar um segundo pet de um dia para outro e esperar que o primeiro o aceite de cara. A primeira coisa é separar o ambiente de cada um, por meio de portas ou criando uma barreira. Nunca permita contato direto da primeira vez, para evitar brigas”, sugere Cleber.

Antes do contato direto, permita contatos intermediados – uma porta vazada é uma boa ideia, para que sintam o cheiro um do outro. Estranhamentos no primeiro contato direto é normal, mas se a hostilidade persistir, pode ser necessário recorrer a um profissional para viabilizar o convívio.

cat and dog love and friendship (Foto: Getty Images/iStockphoto)

Pulos, pulos e mais pulos

E o pior, a culpa normalmente é dos tutores. “Tudo começa quando o cão é filhote e a família acha legal que ele fique pulando”, conta Cleber. O problema é quando aquele filhote fofo vira um labrador de 35 quilos que gosta de pular nas pessoas porque se sente recompensado pelo contato físico.

“Para evitar, é bom ensinar a sentar desde pequeno (há vários vídeos sobre o assunto no Youtube). A partir do momento em que começa a ganhar recompensas quando senta, ele deixa de lado o hábito de pular”, diz. Se ele fica excitado com pessoas diferentes na casa, a dica é colocar coleira e guia quando a visita chegar. Não deve receber carinho enquanto estiver agitado, condicionando a atenção ao momento em que ele estiver sentado e tranquilo.

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young man having a fun with dog in the nature (Foto: Getty Images/iStockphoto)


Dono do pedaço

A solução imediata para animais que marcam território – sejam cães ou gatos - é a castração, e isso não vale apenas para machos. Quando Luna, minha outra cadela adotada, chegou em casa, fez xixi em todos os cantos da casa. Após ser castrada, esse comportamento parou.

Há também vários casos de cães castrados ainda filhotes que sequer levantam a perninha para fazer xixi. Fora que a castração previne uma série de doenças, estresse e tentativas de fugas (por causa de fêmeas no cio) e gestações indesejadas/não planejadas.

Parson Russell terrier urinating on a pedestal against white background (Foto: Getty Images/iStockphoto)

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