• 22/02/2021
  • Por Camila Santos | Fotos Divulgação
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De acordo com dados divulgados pelo Instituto Trata Brasil, referentes ao ano de 2019, 28,5% dos nordestinos têm acesso à coleta de esgotos no país. Esse número alerta para o fato de que saneamento básico não faz parte da realidade de mais de 70% da população da região. Diante disso, a organização Habitat para a Humanidade Brasil desenvolveu um projeto-piloto de banheiros secos para atender aos moradores.

Iniciativa utiliza banheiros secos para combater falta de saneamento básico  no Nordeste  (Foto: Divulgação)

A iniciativa começou a ser aplicada em 2019, na cidade de Riacho das Almas, zona rural de Pernambuco. Com uma tecnologia desenvolvida pela empresa alemã 3P Technik, 84 pessoas foram beneficiadas. Vale mencionar que o banheiro seco funciona sem a necessidade de água, eletricidade, compostagem ou produtos químicos, além de ter fácil manutenção.

Iniciativa utiliza banheiros secos para combater falta de saneamento básico  no Nordeste  (Foto: Divulgação)

Há também outros pontos positivos: “A maior importância desse tipo de solução é a possibilidade de redução de doenças causadas pelo contato com as fezes, direta ou indiretamente. Além disso, as mulheres e crianças correm menos riscos utilizando um espaço seguro, visto que a realidade da maior parte dessas pessoas era um banheiro a céu aberto”, diz Mohema Rolim, gerente de Programas da Habitat para a Humanidade Brasil e responsável pelo projeto.

Confira detalhes sobre a instalação neste vídeo divulgado pela organização:

Durante a execução, a Habitat Brasil selecionou famílias de baixa renda com até cinco membros que não tinham acesso a um banheiro adequado. Depois de um ano de utilização, o sistema, que não polui o ambiente e se adapta às condições do local, agradou 94% dos moradores. “Antes, a gente utilizava o mato para satisfazer as necessidades. Então tínhamos que ir lá sempre. Se tivesse chovendo ou se tivesse sol quente. Hoje, a gente tem o banheiro que nos protege do sol e da chuva”, conta Natalia, que vive na cidade.

Para a gerente da organização, essa tecnologia pode ser grande aliada na convivência com o semiárido e até mesmo replicada em larga escala, com adaptações. “Um item que pode ser melhorado está relacionado à cabine plástica, que foge bastante às referências culturais locais. Essa questão pode ser observada nas próximas ações”, afirma Mohema Rolim.