• 11/06/2018
  • Texto e fotos Taissa Buescu*
Atualizado em
Conheça a casa de Frank Lloyd Wright  em Chicago (Foto: Taissa Buescu)

Era 1889. Arquitetura gótica e clássica reconstruía Chicago após o incêndio que devastou a cidade em 1871. Frank Lloyd Wright tinha apenas 22 anos. Era um garoto que estagiava no escritório de Louis Sullivan, quem lhe emprestou dinheiro para comprar um terreno em Oak Park.

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Conheça a casa de Frank Lloyd Wright  em Chicago (Foto: Taissa Buescu)

Com pouquíssima experiência prévia, Wright projetou sua casa com toda a liberdade e ousadia que sua idade e seu ego exalavam. Era completamente diferente das moradas da época. Em vez de deixar a casa à vista para a rua, ancorada diretamente no jardim contíguo à calçada, Wright alocou a construção ao centro do terreno, criando o que ele chamou de “path of discovery”, ou caminho da descoberta. Uma vegetação rica e fechada no jardim escondia a casa e sua entrada de quem passasse pela rua. Então ele criou um caminho tortuoso pelo jardim para levar o visitante à porta, revelando sua obra aos poucos.

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Conheça a casa de Frank Lloyd Wright  em Chicago (Foto: Taissa Buescu)

Wright também ousou na escolha dos materiais que revestiam o exterior da casa. Madeira carbonizada e tijolo estreito e fino marrom escuro. Ele também uniu as janelas, normalmente alocadas de forma esparsa, em grandes painéis de vidro, para absorver o máximo de luz natural e trazer os bosques do entorno para dentro  da casa. Desenhou todos os móveis, muitos deles fixos nas paredes para o maior aproveitamento dos espaços.

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Conheça a casa de Frank Lloyd Wright  em Chicago (Foto: Taissa Buescu)

Sua mesa de jantar tinha cadeiras com espaldar alto para criar “a room within a room” - assim não haveria dispersão com o redor e todos sentados à mesa estariam conectados. Wright também usou cores da natureza na decoração. Além da madeira fortemente presente, predominavam tons verdes e fibras naturais.

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Conheça a casa de Frank Lloyd Wright  em Chicago (Foto: Taissa Buescu)

Percursor dos open spaces, criou uma sala de jogos de pé-direito duplo para seus filhos no andar superior - mas as janelas foram cuidadosamente posicionadas na altura dos olhos das crianças para que elas interagissem com a copa das árvores.

Conheça a casa de Frank Lloyd Wright  em Chicago (Foto: Taissa Buescu)

Nove anos depois, Wright resolveu expandir sua casa para abrigar seu escritório - com direito à uma recepção com iluminação zenital de maravilhosos vitrais verdes assinados por ele próprio. A sala de desenho com pé-direito duplo tem mezanino criado para abrigar artistas e artesãos colaboradores do estúdio. Os trabalhos eram guardados em uma sala blindada para evitar que se perdessem com um eventual incêndio.

Conheça a casa de Frank Lloyd Wright  em Chicago (Foto: Taissa Buescu)

Não bastasse tudo isso, Wright foi ainda percursor do que hoje chamamos de branding. Nos primeiros anos do século 20, ele criou sua logomarca - um círculo dentro de um quadrado, cortado por uma cruz - usado em todos os seus desenhos técnicos. E materializava seu logo em três dimensões através dos grandes cachepôs que alocava à frente de suas obras, como na entrada de seu estúdio.

Wright tinha um grande ego. E gerou muita controvérsia. Mas seu talento a superava.

*a jornalista viajou a convite da Choose Chicago.

Conheça a casa de Frank Lloyd Wright  em Chicago (Foto: Taissa Buescu)
Conheça a casa de Frank Lloyd Wright  em Chicago (Foto: Taissa Buescu)
Conheça a casa de Frank Lloyd Wright  em Chicago (Foto: Taissa Buescu)
Conheça a casa de Frank Lloyd Wright  em Chicago (Foto: Taissa Buescu)
Conheça a casa de Frank Lloyd Wright  em Chicago (Foto: Taissa Buescu)