• 30/09/2013
  • Por redação
Atualizado em

Desde janeiro, a segunda maior cidade francesa vive uma revolução arquitetônica e cultural. Durante os últimos nove meses, Marselha viu despontar em sua malha urbana uma série de obras interessantes assinada por grandes nomes da arquitetura. São edifícios públicos que privilegiam a arte, o design, a ciência e vida na cidade como um todo, e que acabaram por transformar positivamente o cenário local.

A razão disso é a cidade ter sido designada pela União Europeia a capital europeia de cultura de 2013. Na prática, a noemação se traduziu em diversos e enormes eventos culturais organizados ali ao longo do ano, aumentando a relevância turística da cidade e oferecendo oportunidades de melhoria econômica e social, muito bem aproveitadas em matéria de arquitetura, como se vê abaixo.

  (Foto: Lisa Ricciotti)

Museu da Civilização Europeia e Mediterrrânea, de Rudy Ricciotti

Flutuando em uma das áreas portuárias de Marselha está o MuCEM, projeto idealizado pelo arquiteto e engenheiro francês Rudy Ricciotti. Trata-se do primeiro do mundo dedicado ao tema e promete abrir uma nova rota de turismo na região. Com 40 mil m² e o formato de um quadrado perfeito, a construção é envolvida por uma carapaça protetora, uma malha sólida. A obra liga-se ao Fort Saint-Jean, edifício do século 17, através de uma estreita passarela.

  (Foto: Lisa Ricciotti)

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  (Foto: Nigel Young)

Pavilhão no Vieux-Port, de Norman Foster

No mês de março, o arquiteto (e sir!) britânico Norman Foster resolveu convidar os pedestres da cidade a darem uma volta pelo Vieux-Port, uma das regiões turísticas da cidade. Para animar o passeio, instalou ali uma espécie de espelho gigante voltado para baixo que acaba chamando a atenção tanto para o lugar quanto para as próprias pessoas que o visitam. A intervenção nada mais é do que um pavilhão de aço inoxidável extremamente polido, com pouco mais de mil m² de área, suportado por oito pilares esguios.

  (Foto: Nigel Young)

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  (Foto: divulgação)

FRAC, de Kengo Kuma

Em agosto, o japonês Kengo Kuma completou a obra do FRAC Marseille, o centro de arte contemporânea cuja fachada é composta por inúmeros retângulos de vidro opaco branco dispostos em ângulos irregulares. A obra deve servir a região conhecida como Provence Alpes Cotes d'Azur (PACA). A ideia era conectar visualmente o interior e o exterior. Além das áreas de exposição, o complexo oferece acomodações para artistas.

  (Foto: divulgação)

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  (Foto: Philippe Savoir & Fondation Le Corbusier/ ADAGP)

Appartement 50, de Konstantin Grcic

Em 1952 Le Corbusier inaugurou o conjunto habitacional Cité Radieuse, em Marselha. Lá, hoje, há um apartamento que se mantém preservado, sem que seu desenho e os acabamentos originais tenham sido alterados. O morador, amante de arte, empresta o lugar a artistas quando está de férias. Desta vez, a instalação que ocupa o célebre apartamento foi feita por ninguém menos que o designer alemão Konstantin Grcic. Ele ousou mesclar ao desenho do arquiteto seus móveis e quadros enormes que celebram o punk rock.

  (Foto: Philippe Savoir & Fondation Le Corbusier/ ADAGP)

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  (Foto: divulgação)

Centro de Pesquisa Villa Mediterranée, de Stefano Boeri

O Centro de Pesquisa Villa Méditerranée, desenhado por Stefano Boeri, ocupa um lote litorâneo em Marselha. O edifício chama atenção devido ao seu formato peculiar. Há um enorme balanço no último andar, que guarda a área expositiva do complexo. Além disso, escondido dos olhos, existe no subsolo uma sala para conferências que fica debaixo d’água. “Trata-se de um local dedicado ao pensamento e à pesquisa, que abraça fisicamente o mar”, explica o autor do projeto.

  (Foto: divulgação)

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  (Foto: Philippe Savoir & Fondation Le Corbusier/ ADAGP)

MAMO, de Ora-Ito

Mais no início do ano, o designer Ora-Ïto comprou a construção que ocupa a cobertura do mesmo edifício Cité Radieuse, de Le Corbusier. Ali, ele criou um espaço expositivo intitulado MAMO – abreviação de Marseille Modulor e referência lúdica ao MoMA, museu que abrigou a retrospectiva da obra de Le Corbusier. “Eu sempre conheci esse prédio, desde a infância, e não perderia a chance de transformar uma parte tão importante dele”, disse. A primeira mostra que passou por ali foi do escultor francês Xavier Veilhan.

  (Foto: Ballow (Flickr))