Se você é mulher, você morrerá sem viver a igualdade. Se você pertence a outro gênero e se beneficia de alguma forma, saiba que tem privilégios e ocupa um ranking que não advém de um mérito seu. É só um reflexo de um efeito desigual da sociedade atual. Porém, mesmo todas, todos e todes nós vivendo e convivendo com isso até a morte, a vida vai ficar mais escandalosa nos contextos que a desigualdade está presente e talvez lá no final da sua vida você esteja só, isolado e sem nem saber como se virar na vida.
E o caminho se dá a passos lentos. De 2023 para 2024, evoluímos apenas 0,1 ponto na paridade global de gênero. É o que constata o novo relatório do Fórum Econômico Mundial, que avaliou 146 países nos eixos de participação econômica, educação, saúde e empoderamento político. Enquanto países da Europa eliminam 75% de suas desigualdades de gênero, o Oriente Médio e a África continuam no final do ranking . O Brasil também não tem muito o que comemorar. Estamos em 70ª lugar e perdemos 13 posições do ano passado para cá. Quando olhamos a situação no mundo, na América Latina e dentro de casa, entendemos que ainda temos uma tarefa imensa pela frente, especialmente para fortalecer e incluir as mulheres no mercado formal de trabalho e nos espaços de participação política. Também podemos concluir que a igualdade de gênero não tem sido prioridade no Brasil, que teve queda justamente nos índices de paridade econômica e empoderamento político. Se quisermos viver em uma sociedade em que as meninas não sofram, não percam oportunidades, não sejam assediadas, que tenham suas ideias ouvidas e valorizadas, precisamos agir agora. E estamos falando de ação com intenção, recursos e estratégia. De políticas públicas que deem condições para as crianças sonharem e se realizarem em qualquer carreira, crescerem sem medo de sofrer violência, chegar no mercado formal de trabalho com igualdade de oportunidades e ter apoio em todas as tarefas de cuidado que - hoje - assumem praticamente sozinhas. O setor privado também tem suas responsabilidades e deve fomentar programas e condições de carreiras adequadas à realidade de mulheres e mães. E você que está lendo esse post, também tem um importante papel. Participar de organizações e articulações coletivas, votar com consciência, cobrar e exigir mudanças de governantes e dirigentes de empresas. Precisamos que cada setor da sociedade cumpra sua parte, acelere essa mudança e não tolere mais retrocessos. Só assim será possível que as crianças de nossas crianças vivam na prática a igualdade de gênero que, hoje, só conhecemos como uma ideia. Collab com Think Eva