Comparativo

Por Emily Nery

O novo Honda Civic foi lançado na última sexta-feira (20) importado da Tailândia com um inédito conjunto híbrido e preço de R$ 244.900 – ou seja, R$ 63.910 a mais que a versão híbrida do seu rival de décadas, o Toyota Corolla.

Com tantas mudanças que distanciaram os sedãs, será que ainda o Civic ainda é concorrente direto do Corolla? Para responder essa questão, vamos comparar os dois sedãs em tamanho, motorização, equipamentos, e posicionamento de mercado.

Dimensões

Até a última geração do Civic, os sedãs tinham praticamente o mesmo comprimento, entre-eixos e largura. Agora, o Honda está um pouco maior do que o Toyota. Isso porque cresceu 4 cm no comprimento, 3 cm na largura e 3,5 cm no entre-eixos. O total é de 4,68 m de comprimento, 1,80 m de largura e 2,73 m de entre-eixos. Já o Corolla oferece 4,63 m de comprimento, 1,78 m de largura e 2,70 m de entre-eixos.

Honda Civic cresceu 4 cm no comprimento, 3 cm na largura e 3,5 cm no entre-eixos — Foto: Renato Durães/Autoesporte
Honda Civic cresceu 4 cm no comprimento, 3 cm na largura e 3,5 cm no entre-eixos — Foto: Renato Durães/Autoesporte

O porta-malas do Civic está diminui 22 litros e está com 495 litros de capacidade. Ainda sim, é maior do que o do Corolla, cuja capacidade é de 470 litros.

Motor

Grande mudança do sedã da Honda, o trem de força é formado pelo complexo conjunto híbrido e:HEV, que estreou no Brasil com o Accord em 2021. Há um motor 2.0 aspirado a gasolina associado a outros dois elétricos. No entanto, eles não trabalham em conjunto tracionando o veículo. Portanto, a Honda não divulga a potência combinada.

Conjunto híbrido do Honda Civic tem dois motores elétricos e um a gasolina — Foto: Divulgação
Conjunto híbrido do Honda Civic tem dois motores elétricos e um a gasolina — Foto: Divulgação

Nesse caso, um motor elétrico atua como gerador, transformando a energia cinética do propulsor aspirado em elétrica, abastecendo uma pequena bateria de 1 kWh posicionada logo à frente do eixo traseiro. O outro recebe essa energia e envia para as rodas, portanto, é um motor de tração. Assim, a potência é de 143 cv e 19,1 kgfm do 2.0 aspirado ou 184 cv e 32,1 kgfm do motor elétrico.

Curiosamente, o Civic não tem caixa de câmbio. A atuação do motor a gasolina se dá por uma embreagem de relação fixa que funciona como uma espécie de Overdrive.

No caso do Corolla é (bem) mais fácil de entender. As versões a combustão usam o motor 2.0 aspirado de 177 cv e 21,4 kgfm associado ao câmbio automático do tipo CVT com simulação de dez marchas.

Toyota Corolla tem duas versões híbridas: Altis Hybrid e Altis Hybrid Premium — Foto: Divulgação
Toyota Corolla tem duas versões híbridas: Altis Hybrid e Altis Hybrid Premium — Foto: Divulgação

Já nas versões híbridas Altis Hybrid e Altis Hybrid Premium, há dois propulsores elétricos e um 1.8 flex aspirado de 101 cv e 14,8 kgfm no ciclo Atkinson montados junto ao câmbio – que é automático do tipo CVT. A Toyota também não revela a potência combinada, mas afirma que os dois motores elétricos geram 72 cv e 16,6 kgfm. Em baixas velocidades, o carro é tracionado apenas pelos motores elétricos.

O Civic e o Corolla híbrido não precisam ser carregados na tomada. O próprio sistema é responsável por recarregar os geradores de energia.

Consumo

Segundo o Inmetro, o sedã da Honda é mais econômico do que o da Toyota. Assim, ele faz 18,3 km/l na cidade e 15,9 km/l na estrada. Nos testes da Autoesporte, porém, o Civic chegou a 26,9 km/l no ciclo urbano e 21,9 km/l no rodoviário. Considerando que o tanque de gasolina tem 40 litros, a autonomia na cidade pode superar os 1.000 km.

Autonomia do novo Civic consegue superar os 1.000 km — Foto: Renato Durães/Autoesporte
Autonomia do novo Civic consegue superar os 1.000 km — Foto: Renato Durães/Autoesporte

Por sua vez, o Corolla híbrido atingiu médias de 13,6 km/l no perímetro urbano e 12,2 km/l no rodoviário, de acordo com o Inmetro. No teste da Autoesporte, o sedã rodou 16,8 km/l no trecho urbano quando foi abastecido com etanol.

Equipamentos

Interior do Honda Civic tem cara de sedã premium  — Foto: Divulgação
Interior do Honda Civic tem cara de sedã premium — Foto: Divulgação

Nesse quesito, fica bem claro que o Civic subiu de patamar e parece um mini Accord. A começar pelo pacote de segurança Honda Sensing, que acompanha frenagem automática de emergência, farol alto adaptativo, alerta de saída de faixa com correção no volante e controlador de velocidade adaptativo (capaz de parar completamente o carro e voltar a rodar quando o trânsito seguir).

A cabine é refinada e equipada com ar-condicionado digital de duas zonas, teto solar, bancos de couro com ajustes elétricos, acesso por chave presencial, partida por botão, carregador de celular por indução, retrovisor eletrocrômico e central multimídia com tela de 9 polegadas com Apple CarPlay sem fio e Android Auto (com a necessidade de conectar o aparelho por cabo), além de seis airbags.

Interior Toyota Corolla híbrido na versão Altis Hybrid é mais sóbrio e mais simples — Foto: Divulgação
Interior Toyota Corolla híbrido na versão Altis Hybrid é mais sóbrio e mais simples — Foto: Divulgação

Já o Corolla híbrido, na versão de topo de linha Altis Premium (R$ 190.590) utiliza sete airbags, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, controle de velocidade adaptativo, assistente frenagem, sistema de alerta de oscilação, farol alto automático e sistema de alerta de mudança de faixa com correção de faixa.

Por dentro, a cabine oferece ar-condicionado de duas zonas, carregador de celular por indução, central multimídia de 10" com conexão Android Auto e Apple CarPlay sem fio, bancos de couro, teto solar elétrico e painel digital de 7".

Mercado

A 11ª geração do Civic chega ao Brasil importada da Tailândia. Isso foi um dos motivos que elevou o preço do sedã. Por R$ 244.900, o Honda agora ocupa a faixa de preço de SUVs híbridos e até elétricos, como os BYD Yuan e Song, o Kia Sportage, o Caoa Chery Tiggo 8 e o Peugeot e-2008. Porém, o três volumes subiu de patamar e entrega performance e requinte de veículos premium.

Caso o motorista não queira pagar R$ 63 mil a mais por um carro que entregue uma performance mais esportiva e abra mão de um sedã com ar premium dotado de tecnologias como controle de cruzeiro adaptativo em que o carro é capaz de parar e voltar a acelerar sozinho, o Toyota é uma opção certeira.

Tanto é que foi o Corolla foi o 17º veículo vendido em 2022 e ficou na frente até mesmo do Corolla Cross, carro que está no segmento mais queridinho do momento. Se quiser um carro econômico e preferir o consumo baixo à performance, as opções híbridas Altis Hybrid (R$ 180.990) e Altis Premium (R$ 190.590) podem ser boas pedidas.

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