Serviços automotivos

Por André Schaun

A indústria automobilística mundial corre contra o tempo para deixar os carros cada vez menos poluentes. E a eletrificação — com todos os seus problemas e limitações — surge como a principal saída. Porém, há muito tempo em outra fonte alternativa: o biocombustível. E o Brasil se destaca pela utilização do etanol desde a década de 1970.

O etanol é um biocombustível?

Sim. O etanol é um biocombustível de fórmula molecular C2H6O, com baixa emissão de CO2, produzido especialmente via fermentação de açúcares, principalmente a partir da cana-de-açúcar. A produção mundial de etanol é de aproximadamente 40 bilhões de litros por ano, sendo que 70% dessa produção correspondem ao Brasil e EUA, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), os dois principais biocombustíveis líquidos usados no Brasil são o etanol obtido a partir de cana-de-açúcar e o biodiesel, que é produzido a partir de óleos vegetais ou de gorduras animais e adicionado ao diesel de petróleo em proporções variáveis.

Os biocombustíveis são derivados de biomassa renovável e podem substituir, parcial ou totalmente, combustíveis derivados de petróleo e gás natural em motores a combustão ou em outro tipo de geração de energia. São fontes alternativas que apresentam baixo índice de emissão de poluentes. Segundo o Ministério de Minas e Energia, 20% do consumo do setor de transporte é de combustíveis renováveis.

Plantação de cana-de-açúcar, a principal matéria-prima do etanol — Foto: Wikimedia Commons
Plantação de cana-de-açúcar, a principal matéria-prima do etanol — Foto: Wikimedia Commons

De acordo com o site do Governo Federal, o Brasil te atualmente com 361 usinas supraenergéticas para produzir etanol. Além de ser o maior produtor global a partir da cana-de-açúcar, a produção desse biocombustível, a partir do milho, cresceu mais de 84% no na comparação entre 2021 e 2022, com volume de 2,4 bilhões de litros.

Segundo um estudo do World Wildlife Fund (WWF), até 2030 os biocombustíveis podem suprir 72% da demanda brasileira só com a otimização de pastagens hoje degradadas, sem competir com a terra necessária para produção de alimentos. E há várias pesquisas para garantir que essa abordagem permaneça sustentável, pois só 1,2% do território brasileiro é usado para o cultivo de cana-de-açúcar e 0,8% para produção de etanol da cana e do milho.

Por conta de todo este potencial, o etanol brasileiro pode ser um coringa na mobilidade elétrica mundial. Para entender melhor essa análise de como este biocombustível pode transformar a mobilidade mundial, basta clicar aqui.

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