Se você assistiu algum jogo do São Paulo, Santos, Internacional ou Fluminense pela Copa Sulamericana, talvez tenha reparado na propaganda de uma marca de carros que não existe no Brasil. O fato dos modelos serem exibidos no Morumbi, Vila Belmiro e Beira-Rio deixa a situação ainda mais bizarra.
Muitas pessoas não lembram, mas a MG Motor, patrocinadora do campeonato continental desde 2021, já se aventurou no mercado brasileiro. As operações foram um verdadeiro fracasso, mas a marca continua atuando em outros países da América Latina. Isso explica o patrocínio e o fato dos veículos serem mostrados nos estádios do Brasil.
![Carros da MG Motor aparecem nos estádios brasileiros para a Sula, mesmo a marca tendo deixado o Brasil em 2013 — Foto: Divulgação/Conmebol](https://cdn.statically.io/img/s2-autoesporte.glbimg.com/24n1fYzXS3Mlbj9mZNpASFzV-Uo=/0x0:770x530/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_cf9d035bf26b4646b105bd958f32089d/internal_photos/bs/2022/s/J/zsEMEtQQCg3tNERKj7sw/mg-motor-y-conmebol-sudamericana-2.png)
A MG foi fundada na Inglaterra em 1924, inicialmente produzindo carros esportivos para a Morris num arranjo semelhante ao da Mercedes com a AMG. Nos anos 30, a marca começou a ganhar notoriedade, passando a desenvolver e produzir os seus próprios carros.
Na década de 1950, a MG foi incorporada pela British Motor Corporation Limited, responsável pela produção de outras marcas britânicas como a Austin e a própria Morris. Seu veículo de maior sucesso era o MG ZA Magnette, um sedã bem grande para a época.
![ZA Magnette fez sucesso nos anos 50 — Foto: Divulgação](https://cdn.statically.io/img/s2-autoesporte.glbimg.com/nuI305HVWPjCpViVyLUul97if70=/0x0:2560x1702/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_cf9d035bf26b4646b105bd958f32089d/internal_photos/bs/2022/S/z/QT8WigQQ6BffExBBoyhA/magnette-scaled.jpg)
Nas décadas seguintes, a MG rodou pela mão de várias fabricantes no Reino Unido, como a British Leyland Motor Corporation e a Nuffield Organization. Em 1994, ela foi adquirida pela BMW – vai saber por que…
A marca não se mostrou lucrativa, e a BMW acabou se desfazendo da MG em 2000. A fabricante britânica continuou de forma independente, com catálogo bem mais enxuto, até a produção ser interrompida em 2005. A MG declarou falência e tudo parecia acabado.
De olho no mercado europeu, a marca chinesa controlada pelo governo SAIC Motor aproveitou a desvalorização para adquirir a MG por apenas 57 milhões de libras (R$ 330 milhões na conversão atual) em 2005. A ideia dos executivos da SAIC era manter a base da fabricante na Europa, porém transferindo a produção para a China.
Brasil
![MG 550 chegou a ser vendido no Brasil — Foto: Divulgação](https://cdn.statically.io/img/s2-autoesporte.glbimg.com/LXA8XmqUyLo_Ym_LAimqVKTqQeQ=/0x0:800x600/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_cf9d035bf26b4646b105bd958f32089d/internal_photos/bs/2022/n/s/HmC9niSvAkvmBm4VwBPQ/egergerg3wgweg.jpg)
A MG Motor chegou ao Brasil pelas mãos do Grupo Forest Trade em 2011. O objetivo da marca, segundo o antigo presidente Juarez de Souza, era oferecer opções premium mais em conta que Audi, Mercedes-Benz e BMW – com a expectativa de vender 1.500 unidades anuais.
Em entrevista à Autoesporte, o executivo afirmou que a MG teria 22 pontos de vendas no Brasil, cobrindo as principais capitais. O público não aderiu à ideia, e a MG deixou o Brasil em 2013. Mas como mencionamos, as operações em outros países da América Latina continuam, fator que justifica o patrocínio da Sula.
Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.