Exclusivo: BYD Dolphin Mini será vendido em versões com 4 e 5 lugares

O "truque" da BYD para desbancar o Caoa Chery iCar do posto de carro elétrico mais barato do Brasil (atualmente, à venda por R$ 119.990) é ter uma versão de entrada com menos equipamentos e apenas quatro lugares. Não seria surpreendente se a marca chinesa fixasse o preço de sua novidade em R$ 99.800.

Segundo a diretora da divisão americana de vendas da montadora, Jolin Zhang, na China, o Dolphin Mini (que na China é vendido como Seagull) já é vendido no país asiático na versão para quatro passageiros porque lá o modelo costuma ser o segundo carro da família.

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“No Brasil, imaginamos que o Dolphin Mini poderá o único carro de muitas famílias”, disse a executiva durante a visita de delegação brasileira na sede da BYD em Shenzhen. Assim, a marca deve trabalhar com uma segunda opção, mais completa e com cinco lugares.

"Vamos testar as duas opções. Se não der certo, nos ajustamos", disse uma fonte ligada à empresa.

Essa segunda versão, mais completa e com maior capacidade de passageiros deverá ser posicionada no mesmo patamar de iCar, Renault Kwid e-Tech e Jac E-JS1. Ou seja, perto de R$ 120 mil.

“Carro barato não quer dizer carro ruim”, disse Marcelo Schneider, diretor da BYD no Brasil, durante o Brazil China Meeting, fórum que reuniu empresários e autoridades do Brasil e da China na semana passada. O evento foi uma iniciativa do Valor e do Lide, com apoio institucional de O Globo e CBN.

O design do Dolphin Mini segue a linha de estilo do Dolphin, que já é comercializado no Brasil e foi o elétrico mais vendido do país em 2023. Ambos fazem parte de uma família de elétricos que a BYD chama de “Ocean”, com design e nomes que fazem referência ao ambiente marinho. Dolphin, em inglês, significa golfinho.

O Dolphin Mini mede 3,78 metros de comprimento, 1,71 m de largura, 1,54 m de altura e 2,50 de entre-eixos. Apesar das dimensões menores, o modelo promete um bom aproveitamento de espaço. O motor elétrico entrega 75 cv, mais do que os rivais diretos. Já a bateria de 38,9 kWh promete autonomia de 400 km, no otimista ciclo chinês.

A grande aposta, no entanto, será em equipamentos que outros hatches de faixa de preço similar, movidos apenas a combustão, ainda não oferecem. Com o Dolphin Mini, a BYD também quer resgatar a ideia do carro popular, que, aos poucos, tem desaparecido do Brasil.

Espera-se que o veículo se enquadre na faixa de preços de modelos como Volkswagen Polo, Chevrolet Onix e Hyundai HB20. No caso, será um elétrico popular, com autonomia, segundo o fabricante, acima de 400 quilômetros com uma carga de bateria.

Outra novidade será a volta dos compactos coloridos. Ao longo do tempo, muitas marcas de modelos mais simples se concentraram na oferta de tons de cinza, prata e branco, deixando os carros pequenos sóbrios. Segundo Zhang, veremos, no Brasil, o Dolphin Mini pintado de preto e “off White”, mas também em cores mais chamativas como verdes e até rosa.

Na China, o modelo mais compacto da BYD leva o nome de Seagull. Mas, segundo Zhang, para o mercado brasileiro, a empresa optou por chama-lo de Mini aproveitando a associação que será feita com “o irmão” Dolphin.

A montadora chinesa tenta, assim, aproveitar o sucesso do Dolphin, que, até o lançamento do “irmão” mais novo será o elétrico mais barato do mercado. Lançado em junho de 2023, por R$ 149,9 mil, o Dolphin fechou o ano com 6,8 das 18 mil unidades vendidas pela BYD no Brasil.

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