Fugi 'para salvar minha vida', diz Pizzolato � Justi�a
O ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, preso devido � sua condena��o no mensal�o, afirmou nesta ter�a-feira (2) em depoimento na Justi�a Federal que confeccionou passaporte falso e fugiu do pa�s "para salvar minha vida".
No mensal�o, ele foi condenado a 12 anos e sete meses de pris�o por peculato, corrup��o e lavagem de dinheiro. Na audi�ncia, Pizzolato foi ouvido por causa de uma a��o movida pelo Minist�rio P�blico Federal em Santa Catarina na qual ele � acusado de falsidade ideol�gica, por ter assumido a identidade do irm�o morto, Celso Pizzolato, para fugir do Brasil e n�o ser preso.
Como, por�m, Pizzolato foi extraditado da It�lia, o acordo de extradi��o n�o previa que ele fosse submetido a outro julgamento fora a pena do mensal�o. Por isso, a Justi�a quis ouvi-lo para saber se ele concordava em responder a um outro processo n�o previsto, o que seria uma extradi��o supletiva. Pizzolato respondeu que n�o concordava.
Apesar de o processo tramitar na Justi�a Federal em Lages (SC), ele foi ouvido em Bras�lia porque atualmente est� preso no Complexo Penitenci�rio da Papuda, no Distrito Federal. Al�m dessa, Pizzolato tamb�m responde a uma a��o de crime eleitoral no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio, por ter votado duas vezes com t�tulo eleitoral falso, do seu irm�o.
Depois de manifestar discord�ncia em responder ao processo de falsidade ideol�gica, Pizzolato citou que a legisla��o brasileira considera como "a coisa mais digna" atuar para salvar a pr�pria vida e justificou: "Eu salvei minha vida. (...) Para salvar minha vida eu usei de todos meios que foram poss�veis e isso o Brasil reconheceu na corte italiana".
Como exemplo, o ex-diretor do Banco do Brasil lembrou de declara��es do ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, de que preferia morrer a ficar em um pres�dio brasileiro, e da presidente Dilma Rousseff, de que "o Brasil tinha perdido a luta na quest�o carcer�ria", afirmou.
"Eu usei de todos os meus meios poss�veis para sobreviver", disse.
'TRATAMENTO DESUMANO'
Pizzolato chegou � audi�ncia algemado e acompanhado de policiais armados. Apesar de seu depoimento ter durado cerca de cinco minutos, ele reclamou de "tratamento desumano".
"O sistema de locomo��o do c�rcere at� aqui, olha como est�o minhas m�os [mostra marcas das algemas]. Eu tive que me despir. O Brasil j� foi condenado pela ONU por esse sistema de revista vexat�ria", afirmou.
E completou: "Esse sistema de transporte que � feito dos prisioneiros � um sistema que, al�m de desumano, s� pretende humilhar as pessoas e torturar as pessoas. N�o h� condi��o de uma pessoa de 64 anos se manter dentro de uma viatura com as m�os algemadas atr�s, sem nenhum banco de apoio, dando cabe�ada nas paredes e passando mal".
Seu depoimento ser� encaminhado � Justi�a Federal de Lages. Em novembro, a ju�za federal Giovana Cortez suspendeu a tramita��o da a��o contra Pizzolato at� que se obtenha a extradi��o suplementar para incluir o novo caso.
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