Pizzolato falsificava, desde 2007, v�rios documentos de irm�o morto
S�rgio Lima/Folhapress |
Os delegados Luiz Cravo D�rea e Rog�rio Galloro, e o italiano Roberto Donati, em coletiva sobre a pris�o |
O ex-diretor do Banco do Brasil condenado pelo mensal�o, Henrique Pizzolato, n�o apenas protagonizou uma fuga digna de filme de a��o como a planejou desde 2007, quando come�ou a falsificar v�rios documentos do pr�prio irm�o, Celso, morto h� 35 anos.
Ele foi preso na manh� desta quarta-feira (5) na casa do sobrinho, na cidade italiana Maranello, onde estava com a mulher Andrea Eunice Haas. Antes, por�m, deixou as pr�prias digitais na Argentina e passou rapidamente pela Espanha, numa fuga calculada muito antes de ser condenado.
O STF (Supremo Tribunal Federal), aceitou as den�ncias contra Pizzolato em agosto de 2007 e a condena��o s� saiu em 2012.
Segundo a Pol�cia Federal, al�m do passaporte italiano com o nome de Celso que lhe garantiu a entrada na Argentina e tamb�m na Europa, Pizzolato falsificou RG, CPF e t�tulo do eleitor do irm�o em Santa Catarina em 2007.
Condenado a 12 anos e sete meses de pris�o pelo mensal�o, Pizzolato deixou o Brasil em 11 de setembro de 2013, quando j� estava condenado, mas mais de dois meses antes de o Supremo Tribunal Federal expedir o pedido de pris�o contra ele.
Segundo a PF, foi a partir de Santa Catarina que Pizzolato deixou o Brasil, a partir da cidade de Dion�sio Cerqueira (SC). Ele percorreu 1.300 quil�metros at� chegar em Buenos Aires. Na noite de 12 de setembro, pegou um voo para Barcelona, cuja passagem foi comprada pela mulher dele.
A PF n�o sabe, contudo, se ele entrou na It�lia por c�u ou terra. No dia 14 de setembro, Henrique Pizzolato j� estava na It�lia, onde comunicou � pol�cia ter perdido documentos.
"N�o havia nenhum registro de entrada de Henrique Pizzolato em nenhum lugar do mundo. Faltava essa pe�a para fechar o quebra cabe�a", explicou o delegado Luiz Cravo D�rea, coordenador-geral de coopera��o internacional da PF.
Segundo D�rea, foi a partir de uma informa��o da It�lia que o mist�rio foi desfeito. Segundo autoridades italianas, no ano passado, Celso Pizzolato requisitou a mudan�a de status para cidad�o residente. Morto h� 35 anos num acidente de carro no Paran�, a PF localizou o t�mulo dele no interior de Santa Catarina.
Com base nessa informa��o, a PF cruzou registros da entrada e sa�da de Pizzolato na Argentina, onde ele apresentou o passaporte italiano falso emitido em 2010 e foi feito coleta das digitais, com as digitais da carteira de identidade dele original e a falsa, em nome do irm�o. Confirmou que se tratava da mesma pessoa nos tr�s documentos.
Nesta ter�a-feira, a PF teve a informa��o que um carro em nome da mulher de Pizzolato estava na cidade italiana de Maranello. O Punto vermelho tinha placa de M�laga, na Espanha, pa�s onde a mulher de Pizzolato estava antes da fuga dele. Ambos haviam solicitado em 2010 autoriza��o de resid�ncia na Espanha, o que fez a pol�cia incluir o pa�s na investiga��o.
Pizzolato estava na casa do sobrinho Fernando Grando, funcion�rio da Ferrari em Maranello.
Depois de uma noite de monitoramento, a pol�cia italiana percebeu que um dos moradores da casa saiu do local sem trancar a porta, o que fez os agentes acreditarem que havia mais pessoas no local.
Conseguiram tirar as pessoas de dentro da casa: Pizzolato e a mulher. Inicialmente, ele se identificou como Celso. Interrogado, contudo, admitiu ser Henrique. No local foram localizados 15 mil euros.
A PF e a pol�cia italiana informaram que o ex-diretor do Banco do Brasil n�o foi preso por uso de documento falso, mas a pedido do Brasil para fins de extradi��o.
"A a��o foi feita a pedido do Brasil, para verificar se � o fugitivo", explica Roberto Donati, oficial de liga��o da pol�cia italiana no Brasil. Pizzolato, contudo, tamb�m vai responder por uso de documento falso na It�lia.
Donati explica que o caso ser� entregue � Justi�a italiana, respons�vel por definir o tempo que Pizzolato ficar� preso.
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