S�ria deixa em segundo plano encontro dos presidentes dos EUA e da China
Enquanto Donald Trump brincava na noite de quinta-feira (6) que n�o tinha recebido "nada, absolutamente nada" de Xi Jinping nas conversas iniciais em sua primeira c�pula, o presidente americano elogiou o primeiro encontro com seu hom�logo chin�s antes das negocia��es mais substanciais marcadas para esta sexta-feira (7).
Os l�deres das duas maiores economias mundiais estavam prontos para discutir uma s�rie de quest�es pol�micas no clube de Trump na Fl�rida, Mar-a-Lago, como o programa nuclear da Coreia do Norte e as disputas comerciais bilaterais.
Mas o esperado encontro foi ofuscado pelo ataque com m�sseis dos EUA � S�ria e o que ele pode sinalizar sobre a inten��o do governo Trump de usar a for�a militar para alcan�ar seus objetivos.
Carlos Barria/Reuters | ||
![]() |
||
Os presidentes Donald Trump, dos EUA, e Xi Jinping, da China, caminham ap�s uma reuni�o bilateral na Fl�rida |
A rea��o militar de Trump ao ataque com armas qu�micas nesta semana, atribu�do a for�as leais ao presidente Bashar al-Assad, contrasta com o not�rio fracasso de seu antecessor, Barack Obama, em agir depois de uma atrocidade semelhante em 2012.
Na tarde de sexta, em Pequim, um porta-voz do Minist�rio das Rela��es Exteriores chin�s condenou o ataque qu�mico, pedindo uma "investiga��o independente e abrangente da ONU", mas tamb�m indicou o desagrado com a rea��o americana.
"A China nunca interfere nos assuntos internos de outros pa�ses. O presidente s�rio foi eleito pela popula��o, e respeitamos sua escolha", disse Chua Chunying, acrescentando que Pequim "sempre se op�s ao uso da for�a nas rela��es internacionais".
O ataque militar dos EUA poder� dar credibilidade � amea�a de Trump de punir a Coreia do Norte unilateralmente por seus repetidos testes de m�sseis e nucleares.
"Trump est� tentando pressionar [a China] para agir mais sobre a Coreia do Norte", disse Evan Medeiros, que serviu no Conselho de Seguran�a Nacional de Obama, depois da amea�a de Trump de agir isoladamente em rela��o � Coreia do Norte.
Liu Binjie, membro do comit� que supervisiona o Parlamento chin�s, disse que a China seria muito cautelosa porque "a posi��o final dos dois lados n�o � clara", e acrescentou: "N�o queremos instigar nenhum confronto ou tomar a iniciativa".
Liu tamb�m advertiu contra a a��o unilateral sobre a Coreia do Norte. "O Estado inteiro � militarizado", disse. "Se voc� os amea�ar, o tiro poder� sair pela culatra."
Paul Haenle, diretor do Centro Carnegie-Tsinghua, em Pequim, disse que as negocia��es de sexta poderiam esclarecer se Xi estaria disposto a modificar a abordagem tradicionalmente cautelosa de seu governo a Pyongyang depois das repetidas provoca��es de Kim Jong-un, o l�der da Coreia do Norte.
"A �nica inc�gnita � Xi Jinping", disse Haenle, que tamb�m assessorou Obama sobre pol�tica asi�tica e se encontra regularmente com pol�ticos chineses. "Sabemos de modo aned�tico que seu n�vel de frustra��o com Kim Jong-Un � muito, muito alto."
Trump disse na semana passada que suas reuni�es com o presidente chin�s seriam "muito dif�ceis", e na quinta-feira repetiu em parte sua ret�rica de campanha, dizendo: "Fomos tratados injustamente e fizemos p�ssimos acordos com a China durante muitos e muitos anos".
Mas a maioria dos analistas continua c�tica sobre a capacidade dos dois presidentes de alcan�ar acordos substanciais na Fl�rida, especialmente porque a pol�tica de Trump para a China ainda n�o est� totalmente formada e muitos cargos chaves de seu governo continuam vagos.
"A China dar� [a Trump] pequenas vit�rias, mas eles n�o v�o tratar das grandes quest�es estruturais de alguma maneira substancial na frente econ�mica e comercial", disse Haenle. "Eles v�o querer comprar mais produtos americanos e talvez anunciar alguns investimentos."
Livraria da Folha
- Box de DVD re�ne dupla de cl�ssicos de Andrei Tark�vski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenci�rio
- Livro analisa comunica��es pol�ticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
![Muro na fronteira do México com os EUA – Lalo de Almeida/Folhapress Muro na fronteira do México com os EUA – Lalo de Almeida/Folhapress](https://cdn.statically.io/img/f.i.uol.com.br/folha/homepage/images/17177107.jpeg)
Um mundo de muros
Em uma série de reportagens, a Folha vai a quatro continentes mostrar o que está por trás das barreiras que bloqueiam aqueles que consideram indesejáveis