Presidente colombiano recebe Nobel da Paz e pede fim de conflitos
Haakon Mosvold Larsen/AFP | ||
![]() |
||
Presidente da Col�mbia, Juan Manuel Santos, recebe Nobel da Paz |
Ao receber o pr�mio Nobel da Paz neste s�bado (10), o presidente da Col�mbia, Juan Manuel Santos, disse que o acordo de paz assinado com as Farc (For�as Armadas Revolucion�rias da Col�mbia) � um "raio de esperan�a" para a resolu��o de conflitos no resto do mundo.
"Com este acordo, a Am�rica � uma zona de paz do Alasca � Patag�nia. E, se a guerra pode acabar em um hemisf�rio, por que n�o pode acabar nos dois?", disse, citando conflitos no Oriente M�dio e na �frica como exemplos que devem se inspirar na Col�mbia.
Em seu discurso, Santos ainda citou a letra de "Blowing in the Wind" do cantor Bob Dylan, vencedor do Nobel de Literatura deste ano.
"Quantas mortes ser�o necess�rias at� que se saiba que pessoas demais j� morreram? The answer, my friend, is blowing in the wind", disse, mudando do espanhol para o ingl�s.
O papel de Juan Manuel Santos nas negocia��es de paz com as Farc foi o motivo pelo qual ele foi escolhido pelo comit� do Nobel. Aprovado pelo Congresso do pa�s na semana passada, o documento encerra oficialmente um conflito de 52 anos que deixou mais de 250 mil v�timas.
"Seis anos atr�s n�s, colombianos, n�o consegu�amos imaginar o fim de uma guerra que durava meio s�culo. Por raz�es �bvias, parecia um sonho imposs�vel. Depois das negocia��es, posso anunciar com humildade e gratid�o que a Col�mbia est� fazendo do imposs�vel, poss�vel", disse.
V�TIMAS
Durante a cerim�nia, Santos pediu para que v�timas do conflito presentes na plateia se levantassem e fossem aplaudidos. Entre elas estava Ingrid Betancourt, ex-candidata presidencial que ficou sequestrada pela guerrilha de 2002 a 2008.
Ao homenagear as v�timas, o colombiano criticou sutilmente opositores do acordo, entre os quais est� o ex-presidente �lvaro Uribe.
"Enquanto muitos que n�o sofreram a guerra na carne resistem � paz, s�o as v�timas as mais dispostas a perdoar e enfrentar o futuro com um cora��o aberto", disse.
Em sua fala, Santos ainda destacou o papel do pr�mio Nobel no processo de paz.
O an�ncio de que fora escolhido pelo comit� foi feito em outubro, dias depois que a popula��o colombiana rejeitou em plebiscito uma primeira vers�o o acordo.
"N�o havia passado quatro dias [do plesbicito malsucedido] quando o comit� fez o an�ncio. Em um momento em que o nosso barco parecia � deriva, o Nobel foi o vento de popa que nos empurrou para o nosso destino, o Porto da Paz", disse.
Ap�s a rejei��o do acordo pela popula��o, Santos aceitou algumas mudan�as exigidas pelos opositores da primeira vers�o e submeteu um novo documento ao Congresso, mas descartou realizar um novo plebiscito.
Entre outros pontos, o acordo prev� que as Farc entreguem suas armas, indenizem v�timas, cortem liga��es com o narcotr�fico e sejam punidas por crimes graves.
Em compensa��o, permite que membros da guerrilha tenham cadeiras fixas no Congresso e recebam anistia para alguns crimes.
Primeiro colombiano a receber o Nobel da Paz, Santos recebeu uma medalha de ouro, um diploma e aproximadamente R$ 2,95 milh�es, que segundo ele, ser�o doados.
Livraria da Folha
- Box de DVD re�ne dupla de cl�ssicos de Andrei Tark�vski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenci�rio
- Livro analisa comunica��es pol�ticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
![Muro na fronteira do México com os EUA – Lalo de Almeida/Folhapress Muro na fronteira do México com os EUA – Lalo de Almeida/Folhapress](https://cdn.statically.io/img/f.i.uol.com.br/folha/homepage/images/17177107.jpeg)
Um mundo de muros
Em uma série de reportagens, a Folha vai a quatro continentes mostrar o que está por trás das barreiras que bloqueiam aqueles que consideram indesejáveis