Crise exige adapta��o de or�amento e de projetos nas grandes empresas
Se o ambiente � de crise e a necessidade de inovar � urgente, � preciso adaptar os projetos e a busca por financiamento �s regras do jogo.
Nas grandes empresas, em que a inova��o faz parte do dia a dia, o momento � de priorizar projetos que propiciem retorno mais r�pido.
"� preciso ser mais seletivo, optar pelo desenvolvimento de produtos que reajam primeiro � retomada econ�mica e possibilitem ganho de mercado", afirma Valter Pieracciani, s�cio da Pieracciani Desenvolvimento de Empresas, consultoria que atende grandes companhias, como Nestl� e CPFL.
Para quem est� longe da rotina de multinacionais, a decis�o de apostar na inova��o pode ser ainda mais dif�cil. A situa��o econ�mica fala mais alto para iniciantes.
"O novo investidor fica mais retra�do. Isso n�o deveria ocorrer, porque s�o projetos que v�o maturar em longo prazo. O investimento em inova��o pressup�e vantagens competitivas e ganhos econ�micos t�o relevantes que vai superar a maioria dos outros tipos de investimento", diz Cassio Spina, presidente da Anjos do Brasil, associa��o sem fins lucrativos que estuda o segmento.
Ilustra��es Affonso/Editoria de Arte/Folhapress | ||
Segundo Clovis Meurer, presidente da Abvcap (associa��o de "private equity" e "venture capital"), as altas taxas de juros dificultam boa parte dos investimentos de risco, que, para terem o seu financiamento viabilizado, precisam de retornos muito superiores �s demais aplica��es dispon�veis no mercado.
No ano passado, os investimento em capital de risco j� sofreram com o calend�rio apertado provocado pela Copa do Mundo e pelas incertezas no cen�rio pol�tico: ca�ram 19% em rela��o a 2013.
Agora, o setor sofre um novo baque com a suspens�o de recursos para pesquisa nas �reas de petr�leo e g�s, devido aos desdobramentos da Opera��o Lava Jato. "H� dois anos, esse era um dos setores que mais atra�am os investidores", diz Meurer.
ALTERNATIVAS
Com recursos escassos do mercado de capitais, a inova��o encontrou no BNDES uma fonte importante de financiamento. No ano passado, o banco estatal liberou R$ 5,9 bilh�es em empr�stimos, volume 14% superior ao de 2013.
Com a atua��o voltada a projetos j� selecionados por incubadoras e universidades, o BNDES tamb�m atua por meio de participa��o no capital de empresas com a BNDESPar.
Neste ano, passou a financiar tamb�m, com dinheiro do Finame (linha voltada ao financiamento de m�quinas e equipamentos), clientes das empresas de inova��o na aquisi��o de tecnologia.
Hoje, a BNDESPar aplica R$ 2,5 bilh�es em 35 fundos com mais de 160 empresas na carteira, com faturamento de at� R$ 10 milh�es por ano.
A BNDESPar tem ainda participa��es diretas em cerca de 30 empresas de inova��o. Pela "incubadora" do BNDES j� passaram empresas como Totvs, Bematech, Linx e Senior Solutions, que abriram o capital na Bolsa.
O desempenho ruim do mercado de a��es, no entanto, tem inviabilizado o lan�amento de a��es na Bolsa e dificultado a sa�da do BNDES e dos fundos de "private equity" das empresas inovadoras.
Segundo a Abvcap, a venda de ativos das empresas que receberam recursos dos fundos, ou o "desinvestimento" no jarg�o do setor, caiu de R$ 5,7 bilh�es, em 2013, para R$ 4,2 bilh�es em 2014. O principal problema � que a dificuldade na sa�da trava a entrada de dinheiro para novos projetos.
Outra alternativa � escassez de recursos no mercado de capitais � a Emprapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inova��o Industrial). A organiza��o social, criada em 2013 pelo Minist�rio da Ci�ncia e Tecnologia, est� ganhando for�a.
Desde dezembro, colocou em andamento 19 projetos, no valor de R$ 30 milh�es. A expectativa � fechar outros 40 nos pr�ximos meses, totalizando R$ 130 milh�es. O or�amento da institui��o � de R$ 1,5 bilh�o para os pr�ximos quatro anos.
A Embrapii atua por meio de acordos de coopera��o com institui��es de pesquisa cadastradas (hoje, s�o 13) que celebram diretamente acordos com as empresas. Assim que o contrato entre ambos � celebrado, os recursos s�o liberados. O modelo tem foco na demanda empresarial e na redu��o de burocracias.
"O processo � mais r�pido, no timing da ind�stria", diz Jos� Luis Gordon, diretor da Embrapii. A institui��o disponibiliza at� um ter�o do valor total do projeto –o restante � dividido entre empresa e instituto parceiros.
Livraria da Folha
- Box de DVD re�ne dupla de cl�ssicos de Andrei Tark�vski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenci�rio
- Livro analisa comunica��es pol�ticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Calculadoras
O Brasil que dá certo
s.o.s. consumidor
folhainvest
Indicadores
Atualizado em 01/08/2024 | Fonte: CMA | ||
Bovespa | -0,18% | 127.413 | (17h00) |
Dolar Com. | +1,43% | R$ 5,7349 | (17h00) |
Euro | -0,21% | R$ 6,1153 | (17h01) |