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01/12/2009 - 14h19

T�cnica para tratar autista mais cedo traz ganho de QI e comunica��o

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RACHEL BOTELHO
da Folha de S. Paulo

Um estudo pioneiro da Universidade de Washington publicado nesta ter�a-feira (1�) na revista "Pediatrics" revela que beb�s com transtornos do espectro autista podem ter ganhos de comunica��o, de intera��o social e de QI quando submetidos a uma interven��o intensiva precoce, a partir dos 18 meses de idade.

A pesquisa envolveu 48 crian�as com 18 a 30 meses, separadas em dois grupos. Um deles recebeu 20 horas de um tratamento chamado ESDM (Early Start Denver Model) e cinco horas de terapia aplicada pelos pais, por semana. O grupo controle foi encaminhado para terapia em centros comunit�rios de Seattle (EUA).

Ao fim dos dois anos de estudo, o QI das crian�as do grupo submetido ao ESDM subiu, em m�dia, 18 pontos, em compara��o a quatro pontos entre as do grupo controle. Sete crian�as apresentaram uma melhora global significativa o bastante para que recebessem um diagn�stico mais leve, de dist�rbio invasivo do desenvolvimento -no grupo controle, apenas uma chegou a tanto.

Para o psiquiatra Estev�o Vadasz, coordenador do Projeto de Autismo do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Cl�nicas de S�o Paulo, apesar de o m�todo ser aplicado h� mais de 20 anos em crian�as mais velhas, inclusive no Brasil, o trabalho � original ao revelar efici�ncia em uma faixa et�ria mais baixa. "Sabe-se que, quanto mais cedo se tem o diagn�stico, melhor, mas ningu�m tinha feito um estudo grande assim."

O m�dico defende que o m�todo seja aplicado [no servi�o p�blico] no Brasil "o mais urgente poss�vel". "� muito mais barato investir quando a crian�a � pequena do que gastar bilh�es com adultos e adolescentes, quando n�o se tem praticamente nada a fazer."

Ana Maria Mello, superintendente da AMA (Associa��o de Amigos do Autista), tamb�m � a favor de tratar cedo. "A interven��o precoce faz toda a diferen�a. A partir dos dois anos de idade, os resultados j� s�o muito bons", afirma.

Luiz Celso Vilanova, chefe do Departamento de Neurologia Infantil da Unifesp (Universidade Federal de S�o Paulo), acha a proposta positiva, mas faz uma ressalva. "Se esse m�todo � melhor do que outros, n�o d� para saber [pelo estudo], mas ele � multidisciplinar, foi elaborado por fisioterapeutas, fonoaudi�logos, pediatras, neurologistas", afirma.

Segundo ele, poucos centros no pa�s atendem o autista de maneira intensiva, como no estudo. Para Vadasz, sua aplica��o n�o � vi�vel na rede p�blica. "Na particular, custa de R$ 1.000 a R$ 2.500 por m�s."

Diagn�stico

Segundo Vilanova, nem sempre � poss�vel, aos 18 meses, diagnosticar o autismo infantil.

"Mas posso colocar no grupo de dist�rbio invasivo do desenvolvimento [doen�as caracterizadas por dificuldade de intera��o social e de comunica��o e por um repert�rio restrito de interesses e atividades, como o autismo] quando a crian�a tem comprometimento de linguagem, de habilidades motoras, comportamentos repetitivos.

H� casos em que d� para saber, mas h� outros em que n�o", diz ele.

O diagn�stico depende ainda do acesso aos servi�os de sa�de. "Em fam�lias mais ricas, tenho visto aos dois anos. No SUS, h� crian�as de cinco anos sem diagn�stico, que ter�o muito menos ganhos do que se tivessem iniciado o trabalho antes."

Mello afirma conhecer apenas um caso de diagn�stico de crian�a com menos de dois anos de idade, mas acredita que a tend�ncia � que os m�dicos detectem a doen�a cada vez mais cedo, por terem maior acesso � informa��o.

 

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