Marin � acusado nos EUA de receber parte de propina de R$ 2 mi da Traffic
Detido nesta quarta-feira (27) em Zurique, na Su��a, acusado de fraude e corrup��o, Jos� Maria Marin recebeu, segundo a Justi�a dos Estados Unidos, parte do valor de R$ 2 milh�es por ano que a Traffic destinava ao pagamento de propinas.
A empresa de Jos� Hawilla –ou J. Hawilla, como � conhecido– adquiriu os direitos de transmiss�o da Copa do Brasil e pagava propina para o dirigente brasileiro.
"Entre 1990 e 2009, a Traffic acertou uma s�rie de contratos com a CBF, a federa��o brasileira de futebol, para adquirir direitos comerciais da Copa do Brasil, um torneio anual com clubes brasileiros", diz o documento da investiga��o da Justi�a dos Estados Unidos.
"Durante este per�odo, Marin recebeu propina na negocia��o da venda de direitos econ�micos da Copa do Brasil. Como resultado de um acordo alcan�ado entre CBF e Traffic em 22 janeiro de 2009, a Traffic detinha os direitos de cada edi��o da Copa do Brasil para ser jogado a partir de 2009 at� 2014."
R�u confesso, Jos� Hawilla, 71, dono da Traffic Group, maior ag�ncia de marketing esportivo da Am�rica Latina, que tem os direitos de transmiss�o, patroc�nio e promo��o de campeonatos de futebol e jogadores, al�m de empresas de comunica��o no Brasil, tamb�m � citado pela Justi�a americana.
Segundo a nota do governo dos Estados Unidos, o executivo teria concordado com o confisco de US$ 151 milh�es (pouco mais de R$ 475 milh�es, na cota��o atual) de seu patrim�nio –US$ 25 milh�es (R$ 78 milh�es) deste total j� teriam sido pagos no momento da confiss�o.
Reprodu��o | ||
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Hawilla, 71, est� em liberdade e continua vivendo nos EUA, informou � Folha nesta quarta (27) o seu advogado, Jos� Luiz de Oliveira Lima.
Segundo Oliveira Lima, "o empres�rio apoia as investiga��es e prestou os esclarecimentos necess�rios � autoridades americanas. A Tusa (bra�o da Traffic nos EUA) fez um acordo e pagar� multa �s autoridades competentes".
Ainda segundo o advogado, "J. Hawilla n�o tem e teve qualquer rela��o com ex-presidente da CBF, Jos� Maria Marin. N�o tem nenhuma rela��o comercial com ele". Al�m disso, ele nega "taxativamente qualquer repasse ao ex-presidente."
A empresa de J. Hawilla � a atual respons�vel pelos direitos de torneios como a Libertadores, passes de jogadores como o argentino Conca e o brasileiro Hernanes, dona de times como o Estoril Praia, de Portugal, e pelas vendas de camarotes do Allianz Parque, est�dio do Palmeiras, em S�o Paulo.
A Traffic teve exclusividade na comercializa��o de direitos internacionais de TV da Copa do Mundo da Fifa no Brasil, em 2014. O empres�rio brasileiro tamb�m foi o respons�vel pelo contrato celebrado em 1996 entre a Nike e a sele��o brasileira -alvo de uma CPI, encerrada em junho de 2001, sem desdobramentos pr�ticos.
Em 2008, J. Hawilla foi eleito o 56� homem mais influente do futebol mundial pela revista brit�nica World Soccer.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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Marin foi detido com outros seis dirigentes da Fifa pela pol�cia su��a em uma opera��o surpresa, realizada a pedido das autoridades dos Estados Unidos. Os cartolas s�o investigados pela Justi�a americana em um suposto esquema de corrup��o.
Eles participariam do congresso da Fifa e da elei��o da entidade, que ocorre nesta sexta (29). Agora, dever�o ser�extraditados�para os Estados Unidos, onde a Procuradoria de Nova York faz a investiga��o.
Segundo o Departamento de Justi�a dos EUA, a maior parte do esquema envolvia subornos e propinas entre dirigentes da Fifa e executivos do setor na comercializa��o de jogos e direitos de marketing de campeonatos como eliminat�rias da Copa do Mundo na Am�rica do Norte, a Concacaf, a Copa Am�rica, a Libertadores e a Copa do Brasil –esta �ltima, organizada pela CBF.
Os alvos da opera��o s�o principalmente dirigentes da Concacaf, entidade que engloba os pa�ses das Am�ricas do Norte e Central e do Caribe. As autoridades tamb�m investigam o pagamento de propina envolvendo o patroc�nio da CBF por uma grande empresa dos EUA, a escolha da �frica do Sul como anfitri�o da Copa de 2010 e as elei��es presidenciais da Fifa em 2011.
ESQUEMA DE MAIS DE US$ 100 MILH�ES
As acusa��es, segundo a pol�cia su��a, est�o relacionadas a um vasto esquema de corrup��o de mais de US$ 100 milh�es dentro da Fifa nos �ltimos 20 anos. Al�m dos detidos nesta quarta, outros sete dirigentes e empres�rios foram acusados de corrup��o no caso por lavagem de dinheiro e fraude. Quatro acusados detidos confessaram culpa no caso.
"Era um esquema que atuava h� 24 anos para enriquecer dirigentes atrav�s da corrup��o no futebol internacional", informa nota da Justi�a americana.
"A Fifa vai cooperar plenamente com a investiga��o e apoiar� a busca por provas. Como observado pelas autoridades su��as, a coleta de provas est� sendo realizada numa base de coopera��o. Estamos satisfeitos em ver que a investiga��o est� sendo energicamente perseguida para o bem do futebol e acredito que vai ajudar a refor�ar as medidas que a Fifa j� toma", informou a entidade em nota divulgada para a imprensa.
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