Ocupa��es de escolas op�em pais e alunos em SP, diz pesquisa Datafolha
Marcus Leoni/Folhapress | ||
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A t�cnica em enfermagem Adriana Gon�alves, 41, com a filha, Beatriz, 16, detida em ocupa��o em SP |
A ocupa��o de escolas como forma de protesto divide as fam�lias. Enquanto a maioria dos estudantes � a favor, os pais pensam diferente.
Pesquisa Datafolha mostra que 6 em cada 10 estudantes paulistanos aprovam a t�tica que virou uma marca do movimento estudantil desde o ano passado, sobretudo entre os secundaristas. Entre os pais, 62% s�o contr�rios.
A pesquisa, que ouviu 805 estudantes e 408 pais de 25 a 30 de novembro, reflete a opini�o de estudantes do 8� e 9� anos do ensino fundamental e do ensino m�dio, al�m de pais com filhos nessas s�ries na capital paulista.
Datafolha - Ocupa��o de escolas
Entre os consultados, 80% s�o da rede p�blica e o restante, de escolas particulares (propor��o que reflete a realidade das matr�culas em SP).
Os estudantes, em sua maioria, acreditam no formato, mas se dividem sobre os impactos: 51% acreditam que as ocupa��es trazem mais preju�zos que benef�cios para as escolas. Por outro lado, metade declara que h� mais benef�cios para a educa��o brasileira de maneira geral.
Apenas um ter�o dos pais v� benef�cios para a escola e para a educa��o.
O apoio aos atos reflete a opini�o de uma maioria de alunos que nem sequer participou efetivamente do movimento. Apenas 6% fizeram parte de ocupa��es em 2015, quando quase 200 escolas foram tomadas por estudantes contr�rios ao projeto de reorganiza��o da rede estadual.
Anunciada pela gest�o Geraldo Alckmin (PSDB), a proposta previa fechar 94 escolas e deixar unidades com atendimento de apenas um ciclo de ensino. A reorganiza��o, abortada pelo governo no fim de 2015, provocaria a transfer�ncia de 311 mil alunos.
A falta de di�logo foi um dos estopins. "Apesar de poucos ocuparem, as ocupa��es ganharam a opini�o p�blica", diz Marco Antonio Carvalho Teixeira, professor da FGV.
A t�cnica de enfermagem Adriana Gon�alves, 41, soube pelas redes sociais que a filha, Beatriz, 16, tinha sido detida numa das tentativas de desocupa��o pela PM na Escola Estadual de Diadema, a primeira a ser ocupada.
"Voc� quer que seu filho lute pelo o que acredita, mas naquele dia fiquei com muito medo", diz a m�e. Beatriz afirma acreditar no impacto dos atos. "Eu me mudei para a escola porque me preocupo com meu futuro."
As ocupa��es ainda trazem uma mudan�a "qualitativa da maneira em que os estudantes se relacionam com a escola", afirma o professor Pablo Ortellado, da USP.
A Secretaria de Educa��o de SP informa que, neste ano, 450 mil alunos e servidores j� foram ouvidos em consulta sobre gest�o democr�tica. Haver� encontros para debater o tema em 2017, diz Wilson Levy, respons�vel pelo projeto.
ONDA
Em 2016, a falta de merenda em escolas t�cnicas estaduais paulistas provocou nova fase de ocupa��es. A t�tica se repetiu em outros cinco Estados por motivos diversos.
No segundo semestre, a a��o dos estudantes se voltou contra o governo Michel Temer (PMDB). A medida provis�ria do ensino m�dio e a proposta de emenda constitucional do teto de gastos desencadearam outra onda de ocupa��es pelo Brasil. Mil escolas e pr�dios de universidades foram tomados, e tamb�m houve protestos.
Cerca de 13% dos estudantes participaram de manifesta��es neste ano. Al�m das pautas educacionais, eles foram �s ruas contra o impeachment e contra Temer. Entre os pais, o �ndice foi de 11%, mas a pauta se inverte. A maioria marchou contra o governo Dilma –reivindica��es estudantis n�o motivaram os pais.
"Quando 10% est�o mobilizados, o pa�s inteiro est� mobilizado. O que era diferente antes de junho de 2013", diz Ortellado.
A margem de erro � de 4 pontos percentuais entre alunos e de 5 entre pais.
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