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19/01/2011 - 10h13

Fam�lia perde casa pela 2� vez devido a inunda��es na regi�o serrana do Rio

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S�RGIO RANGEL
ENVIADO ESPECIAL A TERES�POLIS

Em menos de dez anos, o aposentado cearense Francisco Rom�o, 74, perdeu duas casas que construiu na regi�o serrana do Rio, ambas destru�das por inunda��es.

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O barraco dele de dois c�modos no Caleme, um dos locais mais castigados de Teres�polis, n�o caiu, mas foi condenado pela Defesa Civil.

Na v�spera do R�veillon de 2002, ele havia perdido uma casa no morro do Perp�tuo. Naquela data, dois grandes deslizamentos de terra no morro mataram 12 pessoas.

Sem ter para onde ir, Rom�o voltou para o lugar onde perdeu sua primeira casa: desde s�bado, ele se abriga na casa de um conterr�neo.

No mesmo dia em que Rom�o teve sua primeira casa destru�da, a diarista Irene Cristina Silva e Souza, ent�o com 10 anos, viu o barraco onde vivia ser arrastado por uma avalanche formada por pedras e por lama.

Perdeu a casa, as roupas, a pasta que levava para a escola e as tr�s �nicas bonecas.

Nove anos depois, gr�vida de oito meses e m�e de um menino de pouco mais de um ano, ela e Rom�o voltam a se encontrar no morro do Perp�tuo. Depois que perdeu tudo, Irene, a m�e e uma irm� mais nova tentaram reconstruir a vida em outras �reas.

Mas n�o conseguiram e tiveram que voltar para l�.

Daniel Marenco/Folhapress
Aposentado cearense Francisco Rom�o, que j� perdeu duas casas em raz�o de inunda��es na regi�o serrana
Aposentado cearense Francisco Rom�o, que j� perdeu duas casas em raz�o de inunda��es na regi�o serrana

Desde a enxurrada da semana passada, ela percorre as vielas do morro em busca de algum funcion�rio da prefeitura que possa vistoriar seu barraco. Quer mostrar o barranco que desmoronou e parou a poucos cent�metros de seu banheiro para perguntar se � seguro entrar e pegar as roupas dos filhos.

Assim como Rom�o, ela est� morando de favor na casa de uma amiga, com a irm� de 15 anos e o filho --como n�o buscaram ajuda dos poderes p�blicos, os quatro n�o entram na estat�stica oficial de desabrigados.

"Acho que n�o existo para os poderosos. Se vier uma chuva forte, vou perder tudo novamente e v�o me deixar na rua mais uma vez", desabafa a diarista.

ANTIGAS V�TIMAS

A hist�ria de Irene e de Rom�o � parecida com a de dezenas de moradores do alto do Morro do Perp�tuo. Quase todos que agora correm s�rio risco foram v�timas da antiga trag�dia.

A diarista e cabeleireira Claudinei da Silva Andrade, 36, mostra o beb� de seis dias de idade e diz que a crian�a nasceu prematura --ela estava com oito meses de gravidez-- por causa de seu nervosismo com o temporal.

Na �ltima quarta-feira � tarde, assustada com as chuvas, ela entrou em trabalho de parto. Conseguiu chegar em tempo a um hospital. Tr�s dias depois estava de volta ao morro do Perp�tuo.

"Fico sempre abalada quando chove. Moro aqui h� dez anos e j� passei muitos apertos. Um prefeito me prometeu casa, mas nada aconteceu", lamenta.

Em 2002, relembra, passou "horas de horror" tentando resgatar a filha mais velha dos escombros. "Sinto uma imensa agonia no peito", diz, mostrando uma casa que desabou a menos de 20 metros de onde mora.

Sem receber ajuda do governo, voltou para o morro. Alugou um barraco --paga R$ 160 por m�s-- e vive sozinha com os tr�s filhos. As noites tem sido passadas em claro. "Como vou dormir nessa situa��o? � noite fico andando pela rua com as crian�as."

No final do ano, a Prefeitura de Teres�polis fez nova promessa para os moradores. No seu site, o munic�pio disse ter conseguido cerca de R$ 14 milh�es da Uni�o para investir em obras em sete comunidades, entre elas o Perp�tuo.

Editoria de Arte/Folhapress

MORTES

O n�mero de mortos em consequ�ncia do temporal da semana passada chega a 710, segundo �ltimo balan�o divulgado pela Secretaria de Estado de Sa�de e Defesa Civil.

De acordo com os dados, s�o 335 v�timas em Nova Friburgo, 292 em Teres�polis, 62 em Petr�polis e 21 em Sumidouro.

 

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