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Doen�as preocupam moradores de Teres�polis, mas nem todos se previnem
DA BBC BRASIL
Uma semana depois que as fortes chuvas deixaram um rastro de destrui��o e morte na serra fluminense, os moradores de Teres�polis se mostram preocupados com o risco de epidemias e doen�as contagiosas no local. No entanto, enquanto algumas pessoas j� adotam medidas em rela��o ao problema, outras tomam menos precau��es contra a situa��o.
O casal de comerciantes Magali Alves, 42, e Jo�o Carlos Siqueira, 44, s�o moradores do bairro do Caleme, um dos mais atingidos pelos deslizamentos e enxurradas do �ltimo dia 12. Ambos j� foram vacinados contra o t�tano em um centro de sa�de instalado no local, e est�o adotando outras preven��es contra doen�as.
Magali mostra as galochas de borracha que ela usa para andar sobre a lama do bairro. Al�m disto, depois de cal�ar as botas de borracha, ela enrola sacos pl�sticos em seus p�s, para evitar contato com a sujeira. "Ainda assim, a gente n�o sabe se est� fazendo tudo (para evitar a contamina��o)", diz a comerciante � BBC Brasil.
Jo�o Carlos e Magali ficam preocupados com os efeitos do mau cheiro que domina determinadas �reas do Caleme. "A gente bota a camisa por cima do nariz, mas mesmo assim n�o adianta", diz ele. Segundo Magali, fica dif�cil at� de comer com o odor de decomposi��o.
As doen�as que mais preocupam o casal s�o aquelas decorrentes do consumo da �gua e do contato com a lama, que encobre diversas �reas da cidade. "Quando a lama secar, vai levantar poeira. Da� acho que o risco de pegar doen�as vai ser maior", diz Magali.
A expectativa das autoridades de sa�de em Teres�polis � de que surjam surtos de eventos originados na �gua, como diarreias, hepatite A, leptospirose e verminoses.
Al�m disto, o contato com o solo contaminado pode levar � intoxica��o por produtos qu�micos das planta��es. J� as doen�as respirat�rias podem ser causadas pela alta umidade, pelos mofos, fungos e pelas aglomera��es de pessoas nos alojamentos.
Nos hospitais, j� se verificam infec��es e septicemia em pacientes que tiveram feridas expostas a bact�rias, assim como outras doen�as que atacam a pele e os cabelos, como sarnas e piolhos. Foi montado um servi�o espec�fico de tratamento de problemas de pele, no hospital de campanha e no Tiro de Guerra do munic�pio.
RATOS
Para o pedreiro Gast�o da Costa, 39 anos, a maior preocupa��o � com a contamina��o decorrente dos ratos, como a leptospirose. Gast�o mora em uma das partes mais altas do Caleme, onde, segundo ele, n�o existe risco de desabamento. No entanto, o medo de doen�as est� por todo lugar.
Gast�o da Costa est� preocupado com o risco de contrair leptospirose
"Medo, a gente tem, mas n�o tem muito o que fazer", afirma o pedreiro. Ele ainda n�o foi vacinado contra o t�tano, mas afirma que vai providenciar a imuniza��o "quando tiver oportunidade".
Precau��es contra a lama, ele n�o adota nenhuma. Parado em um ponto de �nibus, durante uma forte chuva, ele cal�a um par de t�nis que n�o protegem seus p�s da �gua. Ao caminhar pela rua, o contato com o barro � direto. Ele diz ficar preocupado, mas n�o pretende come�ar a usar bota de borracha.
LIX�O
Em frente � Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Teres�polis, a trabalhadora em servi�os gerais Ivani Maria de Lima, 43 anos, est� sentada na escadaria, ap�s ter a sua perna engessada devido ao rompimento do tend�o. Segundo ela, isto ocorreu enquanto corria tentando salvar vizinhos na localidade de Fischer, durante a chuva.
Ivani Maria de Lima acredita que dep�sito de lixo representa risco para sua sa�de
Enquanto aguarda uma vaga em um hospital para poder ser operada, ela comenta que sua grande preocupa��o em termos de sa�de, al�m da recupera��o f�sica, � o lix�o que fica em frente ao local onde agora ela e sua filha de 12 anos residem junto de uma amiga, na localidade de Prata.
"Quando come�am a remexer naquele lixo, � um cheiro insuport�vel. Aquilo n�o pode fazer bem pra gente", diz Ivani.
Ela j� tomou vacina antitet�nica, mas n�o adota maiores medidas para se proteger da lama, que, segundo ela, cobre boa parte do local onde est� morando.
Ivani tamb�m n�o v� muitos problemas com a contamina��o com a �gua. "Aqui tem muita nascente, a �gua � limpa. O problema s�o esses rios que passam no centro, que s�o sujos."
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