Cabo eleitoral de Doria, Milton Leite, do DEM, vai presidir a C�mara de SP
Juca Varella - 24.out.2013/Folhapress | ||
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O vereador Milton Leite (DEM), durante vota��o sobre o aumento do IPTU na C�mara de S�o Paulo |
Com apoio do prefeito Jo�o Doria (PSDB), o paulistano Milton Leite (DEM), 60, foi eleito presidente da C�mara Municipal de S�o Paulo para um mandato de um ano.
Em elei��o na tarde deste domingo (1�) logo ap�s a posse dos vereadores, ele obteve 50 dos 55 votos da Casa. Um dos veteranos da C�mara paulistana, Leite foi piv� de um racha dentro do PSDB, ao desbancar um tucano puro sangue, Mario Covas Neto, filho do ex-governador Mario Covas, eleito vereador e que aspirava ao cargo.
Leite defendeu em seu discurso a necessidade de tomar medidas de redu��o de gastos e "n�o esperar que os paulistanos procurem a C�mara e, sim, ir atr�s dos paulistanos para tomar as decis�es".
Mario Covas Neto (PSDB), Jana�na Lima (Novo), com um voto cada, S�mia Bomfim (PSOL), com dois votos, apresentaram suas candidaturas, mas foram derrotados. O racha do PSDB na cidade levou a cenas constrangedoras. Preterido pelo pr�prio partido, Neto subiu � tribuna para criticar os colegas de legenda.
"Foi meu dever dizer que o PSDB deveria ficar com a presid�ncia. N�o posso me calar diante dessa postura equivocada", disse. "N�o espere de n�s um am�m ", disse ao se referir � sua posi��o na C�mara, em clara mensagem � gest�o Doria. "Chega de conluios e compadrios", afirmou Neto.
J� o PSOL foi � tribuna para criticar "o golpe", referindo-se � situa��o nacional, e para atacar a decis�o dos colegas de Legislativo de aumentar os pr�prios sal�rios em 26% na �ltima sess�o do ano passado. Janaina Lima foi � tribuna para se apresentar como "representante da mudan�a e dos que foram �s ruas durante os protestos pela sa�da da presidente Dilma Rousseff (PT). A petista Juliana Cardoso se absteve da vota��o.
Antonio Donato (PT) ser� o l�der do partido e comandar� a oposi��o, que ser� composta por 11 nomes –9 do PT e 2 do PSOL.
Eleito com mais de 100 mil votos nas �ltimas elei��es, atr�s apenas de Eduardo Suplicy (PT), Leite ganhou espa�o com Doria ao atuar como cabo eleitoral do tucano no extremo sul da cidade. Na �ltima campanha eleitoral, o vereador que entra agora em seu sexto mandato gastou mais do que alguns candidatos a prefeito. No total, foram R$ 2,3 milh�es declarados � Justi�a Eleitoral.
A influ�ncia dele sobre os demais vereadores pesou na escolha de Doria, que depender� da C�mara para viabilizar projetos de seu interesse, como a venda do aut�dromo de Interlagos e do Anhembi, al�m da concess�o de parques municipais e o remanejamento do Or�amento de 2017 deixado pela gest�o de Fernando Haddad (PT).
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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Leite come�ar� sua gest�o no Legislativo em meio a uma disputa judicial na qual ter� que defender a C�mara. O aumento salarial que os vereadores deram a si mesmos no fim do ano foi barrado pela Justi�a em decis�o liminar (tempor�ria).
Na �ltima sess�o do ano, eles aprovaram reajuste de 26% nos ganhos –de R$ 15 mil para R$ 18,9 mil. Leite, que votou a favor, disse que j� fez economias em seu gabinete. Alega que gastou menos de 30% dos R$ 22 mil mensais da verba de gabinete a que tem direito. Ele disse que vai renunciar ao aumento de seu sal�rio, mas que ir� recorrer � Justi�a em nome da Casa.
Ligado a empres�rios de transporte que operam nos extremos da cidade, o novo presidente da C�mara de SP se autodefine como defensor das antigas cooperativas de perueiros, atualmente nas m�os de empres�rios.
Essa aproxima��o fez com que o Minist�rio P�blico paulista abrisse, em 2006, uma investiga��o para apurar elo entre o vereador e cooperativas de transporte. O caso, por�m, foi arquivado.
Al�m disso, o vereador tem forte influ�ncia nas discuss�es sobre os projetos de ocupa��o do solo da cidade. Durante a lei de zoneamento, ele foi � tribuna para questionar mudan�as que permitiriam mais constru��es em �reas verdes da zona sul.
Leite tamb�m se aproximou dos sambistas da cidade. Chegou a retirar uma �rea de um centro cultural da cidade para construir um novo espa�o na escola de samba Estrela do Terceiro Mil�nio, espa�o que frequenta na zona sul. A obra, que ficou conhecido como "Camarote Milton Leite", custou R$ 100 mil aos cofres municipais.
Seu crescimento pol�tico de 1996 (quando foi eleito com 33 mil votos) para c� garantiu a elei��o de seus dois filhos para cargos eletivos, tamb�m pelo partido do pai. Milton Leite Filho se elegeu deputado estadual em 2006 e foi reeleito nas duas disputas seguintes. J� Alexandre Leite se reelegeu deputado federal em 2014.
DORIA NA ZONA SUL
Nas �ltimas elei��es, Leite fez campanha para Doria. Dias antes da vit�ria do tucano em primeiro turno, o vereador caminhou pelo bairro Piraporinha, um de seus redutos eleitorais, ao lado do ent�o candidato. A aproxima��o com o tucano o colocou na condi��o de op��o para comandar o Legislativo paulistano.
Pelos c�lculos do vereador, Doria ter� maioria suficiente para aprovar projetos que dependem de maioria absoluta da Casa –37 de 55 votos. No curr�culo, Leite comp�s a base aliada de dois prefeitos eleitos pelo PT. Apoiou Marta Suplicy de 2001 a 2004 e Fernando Haddad de 2013 a 2016.
Esta foi a segunda vez que tentou ocupar a cadeira de presidente. Em 2010, ele perdeu para Jos� Police Neto (� �poca no PSDB). Na ocasi�o, Leite compunha o centr�o, grupo de parlamentares que complicou a vida do ent�o prefeito Gilberto Kassab (PSD) para ver seus projetos aprovados. Questionado dias atr�s se poderia criar um novo "centr�o" nesta legislatura, rebateu. "O DEM � governo. Estamos com Doria."
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