Poss�vel elei��o de Trump p�e medo em negociadores do clima
Evan Vucci/AP | ||
O candidato republicano Donald Trump, durante campanha em Atkinson, New Hampshire |
Come�a nesta segunda (7) em Marrakech, no Marrocos, a primeira Confer�ncia da ONU sobre Clima (COP-22) a ser realizada logo ap�s o Acordo de Paris, celebrado em 2015 mas que entrou em vigor nesta sexta (4). Como se n�o bastasse o desafio de sediar a "COP da a��o", que busca implementar na pr�tica o acordo clim�tico, a presid�ncia marroquina tamb�m ter� que administrar o impacto das elei��es nos Estados Unidos.
No dia 8 que se aproxima, a decis�o sobre o pr�ximo presidente americano tamb�m deve contar ao mundo se o segundo maior emissor de carbono mundial –logo atr�s da China– manter� ou n�o seus compromissos com a redu��o de emiss�es de carbono, respons�veis pelo aquecimento global.
Negacionista do clima, Donald Trump representa o grupo mais conservador dentro do Partido Republicano. Ele tem deixado claro em sua campanha que n�o pretende diminuir a depend�ncia econ�mica do pa�s em rela��o aos combust�veis f�sseis.
Outra promessa � que, se eleito, ele cancelar� a assinatura americana no Acordo de Paris. Essa, no entanto, n�o poder� ser cumprida durante um poss�vel primeiro mandato, j� que as regras do Acordo preveem um processo de pelo menos quatro anos para a sa�da de um pa�s que j� tenha ratificado o documento no Congresso –o caso dos Estados Unidos, Brasil e outras 92 na��es at� agora.
A participa��o m�nima no Acordo � de tr�s anos ap�s a ratifica��o e mais um ano ap�s a comunica��o do cancelamento. A promessa de Trump ficaria para um segundo per�odo no poder. Mas � a chance de um primeiro mandato que assusta os negociadores do clima.
Um estudo de cen�rio conduzido por acad�micos e ambientalistas nos Estados Unidos e obtido com exclusividade pela reportagem da Folha mostra "alta preocupa��o internacional" quanto aos efeitos, em solo americano e nos sinais diplom�ticos para discuss�o internacional do clima, caso Trump ven�a as elei��es.
"Trump eleito aprofundaria um pessimismo global, que j� vem sendo alimentado por um contexto de um golpe falho na Turquia, pelo Reino Unido saindo da Uni�o Europeia, e pela escalada da crise de refugiados, terrorismo e viol�ncia extrema", afirma o relat�rio.
Depois de ter ajudado o Acordo de Paris a prosperar quando anunciou suas metas volunt�rias junto aos chineses em 2015, os Estados Unidos enviariam uma mensagem inversa com a elei��o de Trump.
O risco � que a possibilidade de desengajamento americano rebaixe a disposi��o de todos os outros pa�ses a trabalharem por metas ambiciosas para o clima.
Especialista na negocia��o clim�tica das COPs, a americana Liz Gallagher recomenda "aten��o minuciosa" aos reflexos da elei��o americana na escolha das ferramentas que v�o tirar o Acordo de Paris do papel. Ela tamb�m alerta que uma poss�vel vit�ria de Trump "exigir� mais esfor�os dos outros signat�rios para manter o acordo de p�."
Entretanto, a elei��o de Trump ainda � pouco prov�vel e, caso n�o ven�a, todo o pessimismo que sua campanha joga sobre a negocia��o clim�tica deve se voltar contra ele mesmo. As previs�es para esse cen�rio � de que a rejei��o ao Partido Republicano e aos negacionistas do clima devem aumentar em Estados que j� sentem os impactos dos eventos clim�ticos, como Fl�rida, Colorado, Arizona e Virginia. E at� Estados conservadores, como a Carolina do Norte, t�m seus republicanos abra�ando as energias limpas –e diminuindo o n�mero de adeptos ao discurso que nega a mudan�a do clima.
A previs�o desse cen�rio conclui que, se Trump perder, os republicanos precisar�o se refundar, em uma completa revis�o da sua proposta pol�tica. Sob essa hip�tese, diplomatas e cientistas esperam comemorar uma vit�ria definitiva sobre quem joga contra as pol�ticas do clima.
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