• Redação Marie Claire
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Lucía Pérez foi morta após ser estuprada na Argentina (Foto: Reprodução / Twitter)

Lucía Pérez foi morta após ser estuprada na Argentina (Foto: Reprodução / Twitter)

Centenas de argentinas devem aderir a um protesto pelo fim da violência contra a mulher em uma manifestação no formato de greve nacional na tarde desta quarta-feira (19). O ato foi marcado após um caso de estupro, tortura e morte de uma adolescente de 16 anos no país.

As organizadoras da "greve das mulheres" convocaram todas as trabalhadoras da Argentina a interromperem suas atividades pelo período de 60 minutos a partir das 13h de hoje (horário local). Em seguida, devem marchar até a Plaza de Mayo, em Buenos Aires. "No escritório, na escola, no hospital, no tribunal, na redação, no shopping, na fábrica, ou onde quer que você esteja trabalhando, pare por uma hora para exigir o fim da violência machista", escreveram nas redes sociais.

O protesto, organizado no Twitter com a hastag #MiércolesNegro (quarta-feira negra), ocorrerá após o sequestro da estudante Lucía Pérez, drogada, estuprada e torturada no início do mês na cidade de Mar del Plata.

A crueldade do ataque teria sido tamanha que Pérez sofreu um ataque cardíaco, informou a promotora María Isabel Sánchez ao descrever o caso como um "um ato desumano de agressão sexual".

De acordo com o jornal "The Guardian", após o estupro, os acusados teriam lavado a adolescente de 16 anos para eliminar evidências antes de deixá-la em um hospital da região, onde faleceu pouco tempo depois. Três suspeitos foram presos, mas a família da jovem diz estar recebendo ameaças de morte.

O assassinato de Pérez é mais um na série de feminicídios --crimes cometidos em geral por maridos, namorados, parentes e conhecidos da vítima-- na Argentina. Em vários casos, os acusados atearam fogo nas vítimas.

Estatísticas do governo mostram que crimes contra mulher aumentaram 78% desde 2008 no país. O crescimento, no entanto, é atribuído parcialmente ao aumento da conscientização sobre o problema. Chama a atenção o dado da ONG La Casa del Encuentro de que a cada 30 horas uma mulher é morta em crimes semelhantes ao de Péres.

Seu assassinato aconteceu poucos dias após a manifestação de centenas de argentinas pelo fim da violência contra mulher em frente a uma catedral da cidade de Rosario. O protesto, no entanto, terminou com tiros de borracha e gás lacrimogênio da polícia.