• Cláudia Fusco
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A obra

A obra "desbotada" de Van Gogh, que conhecemos atualmente (Foto: Reprodução)

Você provavelmente conhece o quadro "O Quarto", de Vincent Van Gogh, da imagem acima. A pintura do quarto em que o artista holandês se hospedava em Arles, na França, é uma das mais icônicas do pintor. Porém, cientistas especializados em conservação artística vêm estudando um fenômeno, no mínimo, preocupante: o desbotamento da pintura, que já perdeu as cores originais. Em uma exibição feita para o Instituto de Arte de Chicago, uma equipe de estudiosos resolveu extrair as cores originais da tela e simular como a obra teria sido concebida por Van Gogh.

Usando raio-x fluorescente para escanear a obra, os cientistas puderam traçar claramente os elementos e os minerais presentes. Também utilizaram uma técnica que usa laser para fazer com que moléculas vibrassem de uma maneira que "traísse" sua própria identidade, dando assim pistas para identificar outros pigmentos na pintura. Por fim, um pedacinho minúsculo foi extraído da pintura, revelando assim o maior segredo do quadro: as paredes eram bem mais roxas, não azuis. Também podemos notar um chão mais avermelhado e marrom. 

A obra

A obra "desbotada" de Van Gogh, que conhecemos atualmente (Foto: Reprodução)

Para finalizar o estudo, o time trabalhou com um teórico de cores para simular a pintura de Van Gogh, criando assim uma versão digital da pintura original. Francesca Casadio, líder do projeto, diz que a descoberta é especialmente interessante por revelar "o cenário emocional de Van Gogh", explica ela. "É uma visualização [da obra de Van Gogh] que não é arbitrária; é informada pela ciência. Mas ainda existe o processo em que você deve haver um olho interpretativo de quem conhece o artista". 

(Via ScienceNews