• Michelle Amorim
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Michelle com os filhos, Melanie e Leonardo (Foto: arquivo pessoal)

Michelle com os filhos, Melanie e Leonardo (Foto: arquivo pessoal)

Eu já perdi as contas de quantos livros e textos passaram por esses olhinhos aqui falando das diferenças entre ser mãe de menino e de menina. São dicas de como lidar, do que falar ou não, de brincadeiras e de como agir com cada um – levando em consideração apenas sexo e gênero - masculino e feminino. Como se somente esses fatores pudessem resumir quem somos.

Contudo, depois de quase cinco anos desde que me tornei mãe pela primeira vez, posso dizer que confirmei na prática algo que eu já sabia, mesmo que inconscientemente, lá no início dessa minha jornada materna: em relação à educação e aos cuidados que cada um recebe, não há diferença entre ser mãe de menino e de menina. Pelo menos, para mim.

Obviamente, eles têm suas particularidades e características naturais, desde que nasceram. Além, é claro, das diferenças genéticas e fisiológicas entre eles. Mas, a criação, a educação base de ambos, é exatamente a mesma, porque ambos são pessoas, são seres humanos, independente de qualquer outra denominação que eles tenham ou possam vir a ter. Independente de serem menino ou menina. Porque eu acredito que estou criando pessoas, acima de tudo.

Na nossa rotina diária, acontecimentos corriqueiros me fazem refletir bastante e por vezes ter aquela pontinha de certeza de que estou indo pelo caminho certo na criação dos meus filhos. De que estou conseguindo desconstruir um pouco – para nós e para eles – aquilo que nos é ensinado, aquilo que nos é imposto todos os dias, como sendo o padrão a ser seguido.

Melanie, agora com quase 5 anos de idade, demonstra naturalmente, e desde muito cedo, bastante interesse por tudo que enfeita, por tudo que brilha, por tudo que deixa a vida mais bonita e colorida. Ama cor de rosa, mas também ama roxo, verde, amarelo, azul e vermelho. Gosta de brincar de boneca, de bola, de pega-pega, de aviãozinho de papel e ultimamente fala muito no quanto gostaria de soltar pipas e vê-las voando bem alto, lá no céu.

Leonardo, mesmo ainda tão pequeno, começou a demonstrar sua personalidade e as coisas que o fazem feliz. Com um 1 ano e meio, ama brincar de bola mais do que qualquer outra coisa nessa vida, embora também goste de blocos de montar, de carrinhos, de bonecos e bonecas – especialmente se forem os da irmã – e de correr atrás da nossa gatinha por aí.

Eu poderia facilmente determinar que certas preferências existem porque eles são menino e menina. Mas prefiro sempre acreditar que essas preferências fazem parte da personalidade de cada um, que são apenas meus filhos sendo eles mesmos, como indivíduos únicos e especiais que são.

Minha principal preocupação está no desejo de que eles sejam pessoas boas, amorosas, educadas e tolerantes. E que tenham compaixão dentro de si. Com alma, coração e personalidades próprios, cheios de partes que ainda desconheço, mas que têm me ensinado muito e ainda irão ensinar. E que me dão todos os dias o privilégio de guiá-los pelos caminhos que meu coração me diz serem os melhores.

Para mim, independente do sexo, ambos merecem o mesmo amor, o mesmo respeito, o mesmo carinho, o mesmo cuidado e atenção, as mesmas broncas e sermões quando forem necessários, a mesma preocupação, o mesmo incentivo e a mesma compreensão. Ambos merecem tudo de tudo, por igual, na mesma medida, da mesma forma. Porque, por aqui, ser menino ou menina, não faz diferença. Para ambos, plantamos o amor. E esperamos que ele se espalhe pela vida toda.

Michelle Amorim é mãe de Melanie, 5, e Léo, 1, e autora do blog Vida Materna