Uma das piores experiências vividas pelas mães de prematuros é voltar para casa sem o filho nos braços. Sim, também senti um vazio enorme e fiquei com o coração partido em deixar meus trigêmeos na UTI. Dá uma sensação de abandono. É de chorar...
No entanto, desde o início da gravidez trigemelar, eu já sabia que seria assim. Tinha total consciência de que o parto seria antecipado e tentei me preparar psicologicamente para isso.
Meus três amores nasceram de 33 semanas e passaram 13 dias na UTI. Como todos vieram ao mundo com ótima saúde, tentei tirar proveito da situação e caprichar na atenção destinada à mais velha, que, na época, tinha nove anos. Então, de dia ficava no hospital. À noite, aproveitava para me recuperar da cesariana e dormir agarradinha à primogênita.
Na verdade, vou fazer uma confissão: ao mesmo tempo em que torcia pela alta hospitalar, estava morrendo de medo de levar o trio para casa. Me sentia como uma mãe de primeira viagem, já que nunca havia passado pela experiência de ter três prematuros!
![Sugestão de legenda: Na UTI, às vésperas da alta hospitalar (Foto: Arquivo Pessoal/ Paola Lobo) Sugestão de legenda: Na UTI, às vésperas da alta hospitalar (Foto: Arquivo Pessoal/ Paola Lobo)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/zkZXnE6U8Me89MRxIzNjkEubut8=/620x450/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2015/11/19/imagem_1.jpg)
Sugestão de legenda: Na UTI, às vésperas da alta hospitalar (Foto: Arquivo Pessoal/ Paola Lobo)
Quando o médico passou as recomendações e nos deu alta, fiquei com vontade de sair correndo, me agarrar às pernas dele, implorando para que fosse morar conosco. Deu vontade de chorar. Aí, veio a enfermeira nos expulsar: “Vamos embora?”. Minha vontade era falar: “Vamos sim e você vem junto, né?”. Tem gente que até contrata enfermeiras, mas o caso não se aplicava ao meu bolso.
A sensação de tirar três prematuros de um ambiente controlado de hospital foi tensa. Cadê o manual de instruções? Cadê o suporte? Cadê todo mundo? Socorroooooooooo!
Com uma felicidade imensa e um frio na barriga, eu, o papai e nossa filhota mais velha pegamos os bebês. Nos despedimos dos amigos que havíamos feito e respiramos fundo ao atravessar a porta da maternidade, sem olhar pra trás.
Pegamos o carro e colocamos todos nas cadeirinhas – era apenas o começo da trabalheira. Parecia uma lotação.
![A caminho de casa (Foto: Arquivo Pessoal/ Paola Lobo) A caminho de casa (Foto: Arquivo Pessoal/ Paola Lobo)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/TBJYT0NplJd5fyD4YcFYnaXl394=/620x450/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2015/11/19/imagem_2.jpg)
A caminho de casa (Foto: Arquivo Pessoal/ Paola Lobo)
Entramos no elevador do prédio e quase não coube todo mundo!
![Lotação máxima no elevador (Foto: Arquivo Pessoal/ Paola Lobo) Lotação máxima no elevador (Foto: Arquivo Pessoal/ Paola Lobo)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/QUQZt3BINqn95zeUnyv3O57RYfI=/620x660/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2015/11/19/imagem_3.jpg)
Lotação máxima no elevador (Foto: Arquivo Pessoal/ Paola Lobo)
Fiquei pensando: muito doido ver a família dobrar de tamanho numa tacada só. Entramos em casa com o pé direito, com a missão de acolher com muito amor três novos ilustres moradores. Ali começaria a maior aventura de nossas vidas...
![A chegada em casa, acolhidos com muito amor (Foto: Arquivo Pessoal/ Paola Lobo) A chegada em casa, acolhidos com muito amor (Foto: Arquivo Pessoal/ Paola Lobo)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/89GR2y_zPzCNuEW-S73UEWGGqwM=/620x450/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2015/11/19/imagem_4.jpg)
A chegada em casa, acolhidos com muito amor (Foto: Arquivo Pessoal/ Paola Lobo)
![Paola Lobo (Foto: Arquivo Pessoal/ Paola Lobo)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/7iB10gJRoVVOQTAylFKYH4aFgMw=/300x300/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2015/08/26/paola_pirada.jpg)
PAOLA LOBO é jornalista, autora do blog Mãe Pirada e mãe da Rafaela, de 10 anos. Quando tentou o segundo filho, engravidou dos trigêmeos Gabriela, Vitor e Guilherme, de um ano e sete meses. Aqui, ela vai contar como é sua louca rotina com quatro crianças. Quer escrever para ela? Mande para: redacaocrescer@gmail.com.
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