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Uma das piores experiências vividas pelas mães de prematuros é voltar para casa sem o filho nos braços. Sim, também senti um vazio enorme e fiquei com o coração partido em deixar meus trigêmeos na UTI. Dá uma sensação de abandono. É de chorar...

No entanto, desde o início da gravidez trigemelar, eu já sabia que seria assim. Tinha total consciência de que o parto seria antecipado e tentei me preparar psicologicamente para isso.

Meus três amores nasceram de 33 semanas e passaram 13 dias na UTI. Como todos vieram ao mundo com ótima saúde, tentei tirar proveito da situação e caprichar na atenção destinada à mais velha, que, na época, tinha nove anos. Então, de dia ficava no hospital. À noite, aproveitava para me recuperar da cesariana e dormir agarradinha à primogênita.

Na verdade, vou fazer uma confissão: ao mesmo tempo em que torcia pela alta hospitalar, estava morrendo de medo de levar o trio para casa. Me sentia como uma mãe de primeira viagem, já que nunca havia passado pela experiência de ter três prematuros!

Sugestão de legenda: Na UTI, às vésperas da alta hospitalar (Foto: Arquivo Pessoal/ Paola Lobo)

Sugestão de legenda: Na UTI, às vésperas da alta hospitalar (Foto: Arquivo Pessoal/ Paola Lobo)

Quando o médico passou as recomendações e nos deu alta, fiquei com vontade de sair correndo, me agarrar às pernas dele, implorando para que fosse morar conosco. Deu vontade de chorar. Aí, veio a enfermeira nos expulsar: “Vamos embora?”. Minha vontade era falar: “Vamos sim e você vem junto, né?”. Tem gente que até contrata enfermeiras, mas o caso não se aplicava ao meu bolso.

A sensação de tirar três prematuros de um ambiente controlado de hospital foi tensa. Cadê o manual de instruções? Cadê o suporte? Cadê todo mundo? Socorroooooooooo!

Com uma felicidade imensa e um frio na barriga, eu, o papai e nossa filhota mais velha pegamos os bebês. Nos despedimos dos amigos que havíamos feito e respiramos fundo ao atravessar a porta da maternidade, sem olhar pra trás.

Pegamos o carro e colocamos todos nas cadeirinhas – era apenas o começo da trabalheira. Parecia uma lotação.

A caminho de casa (Foto: Arquivo Pessoal/ Paola Lobo)

A caminho de casa (Foto: Arquivo Pessoal/ Paola Lobo)

Entramos no elevador do prédio e quase não coube todo mundo!

Lotação máxima no elevador (Foto: Arquivo Pessoal/ Paola Lobo)

Lotação máxima no elevador (Foto: Arquivo Pessoal/ Paola Lobo)

Fiquei pensando: muito doido ver a família dobrar de tamanho numa tacada só.  Entramos em casa com o pé direito, com a missão de acolher com muito amor três novos ilustres moradores. Ali começaria a maior aventura de nossas vidas...

A chegada em casa, acolhidos com muito amor (Foto: Arquivo Pessoal/ Paola Lobo)

A chegada em casa, acolhidos com muito amor (Foto: Arquivo Pessoal/ Paola Lobo)

Paola Lobo (Foto: Arquivo Pessoal/ Paola Lobo)




PAOLA LOBO é jornalista, autora do blog Mãe Pirada e mãe da Rafaela, de 10 anos. Quando tentou o segundo filho, engravidou dos trigêmeos Gabriela, Vitor e Guilherme, de um ano e sete meses. Aqui, ela vai contar como é sua louca rotina com quatro crianças. Quer escrever para ela? Mande para: redacaocrescer@gmail.com.

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