• Giovanna Forcioni
Atualizado em

“Meu filho só quer ficar no celular, até na hora de comer, não desliga um segundo. Já tentei de tudo, mas está difícil. O que eu faço?.” O pedido de ajuda é da mãe Ana Carolina de Oliveira Mendonça Braz, mãe de João Marcelo, 5 anos, mas poderia ser de tantas outras milhares de mães e pais pelo mundo afora. A verdade é que, com a pandemia, muitos tiveram que recorrer aos dispositivos para dar conta do trabalho, da casa e de outras tarefas, principalmente no período em que as escolas estiveram fechadas. Mas o fazer para que eles saiam do celular?

+ “Zero tempo de tela para crianças com menos de 6 anos”, defende neurocientista francês autor de 'A fábrica de cretinos digitais'

Confira, abaixo, dicas de outras mães que conseguiram diminuir o tempo de tela dos filhos e, por fim, a orientação de Patrícia Nolêto, psicóloga clínica, especializada em orientação de Pais, de Minas Gerais.

Uso excessivo de telas pode ser uma das causas para o aumento da puberdade precoce na pandemia (Foto: Pexels)

Uso excessivo de telas foi impulsionado pela pandemia (Foto: Pexels)

Dicas de mães

Ed 334 Sol Funcionou Evelyn Schweigert, Mãe De Igor, 8 Anos (Foto: Acervo pessoal)

Evelyn Schweigert, Mãe De Igor, 8 Anos (Foto: Acervo pessoal)

Mãozinha da tecnologia
Instalei um aplicativo de controle parental, que bloqueia o telefone quando a criança ultrapassa o tempo-limite estipulado. Começamos com um combinado de três horas por dia e fomos reduzindo aos poucos. Hoje, meu filho já está há semanas sem telefone. Uma vitória!
Evelyn Schweigert, mãe de Igor, 8 Anos

Ed 334 Sol Funcionou Mariana Herrera Rocha, Mãe De Nicolle, 5 Anos (Foto: Acervo pessoal)

Mariana Herrera Rocha, Mãe De Nicolle, 5 Anos (Foto: Acervo pessoal)

Mais tempo juntos
Percebi que a minha filha ficava muito irritada e rebelde quando passava tempo demais com o telefone na mão. O que ajudou bastante foi começar a brincar mais com ela, contar histórias e fazê-la se interessar por outras coisas, até ir se esquecendo do celular. Está dando certo!
Mariana Herrera Rocha, mãe de Nicolle, 5 anos

Ed 334 Sol Funcionou Simone Sousa, Mãe De Miguel, 8 Anos (Foto: Acervo pessoal)

Simone Sousa, Mãe De Miguel, 8 Anos (Foto: Acervo pessoal)

Jogando a real
Por aqui o que funcionou foi muita conversa sobre as consequências para a saúde de usar o celular por tanto tempo, as oportunidades que ele perde de se divertir por estar de olho na tela… Não foi de primeira, meu filho ainda usa o celular, mas já diminuiu bastante.
Simone Sousa, mãe de Miguel, 8 Anos

Ed 334 Sol Funcionou Sabrina Santos Rochel Maia, Mãe De Sara, 7, E Mila, 2 Meses (Foto: Acervo pessoal)

Sabrina Santos Rochel Maia, Mãe De Sara, 7, E Mila, 2 Meses (Foto: Acervo pessoal)

Firmeza e carinho
Precisamos ser firmes e cumprir com a nossa palavra enquanto pais. Em casa fazemos combinados de tempo, antes de liberar o celular. Quando minha filha mais velha dá trabalho para desligar, perde a chance de usar de novo no dia seguinte
Sabrina Santos Rochel Maia, mãe de Sara, 7, e Mila, 2 meses

Palavra de especialista


Não foram só as crianças que aumentaram o uso de eletrônicos na pandemia. Mas, agora, depois de mais de um ano e meio em casa, está na hora de definirmos novos limites e regras. É um exercício de paciência: o tempo que seu filho gasta com o celular não vai diminuir de uma hora para a outra. As telas estimulam a liberação de dopamina, o hormônio do prazer, e é por isso que recorremos a ela quando queremos aliviar o tédio. O papel dos pais é dar o exemplo e estimular que a criança aprenda a lidar com o ócio e se envolva em outras atividades offline prazerosas, como desenhar, brincar ao ar livre, ler um livro…

+ Pandemia: a relação das crianças com as telas ficou mais intensa

Conversar com o pequeno e estabelecer combinados claros de quanto tempo ele pode ficar em frente às telas, e em que momentos do dia pode fazer isso, é a melhor saída. Reforce (e cumpra) a regra sempre que for preciso. Aplicativos de controle parental podem ajudar. O segredo é ir fazendo essa transição aos poucos, com tranquilidade, mas sem perder a firmeza. Se o seu filho ultrapassar dez minutos do combinado, por exemplo, sinalize que, no dia seguinte, ele terá direito a dez minutos a menos.
(Patrícia Nolêto, psicóloga clínica, especializada em orientação de Pais (MG))