• Juliana Malacarne
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Crianças com lancheiras (Foto: Thinkstock)

Os lanches indicados para passeios ao ar livre variam de acordo com a faixa etária (Foto: Thinkstock)

Quando a família sai da rotina para passear em ambientes ao ar livre, como parques e praias, a alimentação também precisa ser adaptada, levando em conta a dificuldade em manter os alimentos acondicionados e o risco de deteriorarem. A solução, então, é recorrer àqueles industrializados que dispensam refrigeração, certo? Errado! É possível manter a qualidade das refeições, com itens naturais, mesmo fora de casa.

A primeira recomendação é levar uma garrafinha de água, segundo orienta o engenheiro de alimentos e doutor em nutrição, Guilherme Rodrigues, de São Paulo (SP).  “A água é insubstituível nessas situações por ser de fácil conservação e manter as crianças hidratadas, mesmo que estejam praticando atividade física intensa”. Sucos naturais e água de coco devem ser levados refrigerados em bolsas térmicas. Isso evita que atinjam a faixa de temperatura entre 6°C e 30 °C, favorável à proliferação de bactérias capazes de estragar o alimento rapidamente.

Se a ocasião pedir uma mamadeira em vez de alimentos sólidos – nos casos em que a criança tem mais de 2 anos ou, por algum motivo excepcional, deixou de mamar no peito antes disso  –, leve a fórmula e a água separadamente. É melhor que seu filho tome o leite na temperatura ambiente do que levá-lo preparado e morno, o que aumenta o risco de contaminação.

Na hora de escolher os alimentos, vale priorizar os que são de fácil digestão e contêm pouco sódio, mineral capaz de comprometer a hidratação. Para os bebês que tem até 6 meses de vida, o leite materno possui todos os nutrientes necessários e o recomendado é que a mãe continue amamentando nos passeios. Já para os mais velhos, as frutas são saborosas alternativas para os lanches ao ar livre. Nesses casos, maçã, uva, ameixa e banana são as mais indicadas por serem práticas na hora do consumo. Elas devem ser levadas inteiras com a casca, pois, ao cortá-las, seu interior entra em contato com o oxigênio, iniciando o processo de oxidação, o que altera o sabor e facilita a perda de nutrientes.

O ideal é levar as frutas em uma bolsa térmica, com temperatura interior entre 1 e 10 C°. De acordo com a Anvisa, nessa condição, as frutas duram até sete dias. Se não for possível mantê-las refrigeradas e estiver muito calor, a recomendação é que o passeio não dure mais de duas horas. Ou então, que se recorra aos purês de frutas industrializados, sem adição de açúcar, conservante ou corante. Algumas marcas no Brasil já oferecem esse tipo de produto que, graças à embalagem especial, pode ser conservado em temperatura ambiente por meses. Além das frutas, a cenoura crua cortada em pequenos pedaços é um lanche nutritivo que resiste por algumas horas em temperatura ambiente e até uma semana, se mantida abaixo de 10 °C. 

Depois que o bebê completa 1 ano, seu cardápio amplia consideravelmente e ele já pode comer um lanche de pão integral com geleia, sem adição açúcar, para satisfazer o desejo por doces sem gerar um pico de glicose no organismo --o que sobrecarrega o pâncreas e, com o tempo, predispõe ao diabetes. Antes dessa idade, o consumo do pão não é indicado por apresentar um teor de sódio significativo.

Se o seu filho prefere petiscos salgados, o ovo de codorna é uma opção nutritiva, rica em minerais e vitaminas dos complexos A e B. Ele deve ser cozido em casa, mas levado com casca e refrigerado para o passeio. Esteja sempre atento a eventuais engasgos enquanto a criança estiver mastigando esse petisco. Se mantido em temperatura inferior a 4°C, ele dura até 72 horas, de acordo com a Anvisa. 

Fonte: Priscila Maximino, nutricionista do Centro de Dificuldades Alimentares do Instituto PENSI do Hospital Infantil Sabará (SP).

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