• Malu Echeverria
Atualizado em
menino; mae; parque (Foto: Thinkstock)

As famílias monoparentais, formadas por mães e filhos, constituem 15% dos lares brasileiros, de acordo com dados do último Censo divulgados no ano passado. Se criar um filho dá trabalho quando a tarefa é compartilhada, imagine, então, sozinha. As dificuldades vão além da questão financeira, obviamente. “Pois educar uma criança envolve não somente a transmissão de valores, como também a de hábitos e conteúdos necessários para a formação de uma pessoa segura, capaz de enfrentar a vida”, resume a terapeuta familiar e psicopedagoga Edith Rubinstein. Além disso, há um receio que assombra a maioria das mães que desempenha a função sozinha: como educar um filho homem sem um pai por perto?

O pai, sem dúvida, é a primeira referência masculina do menino. Ele é, tradicionalmente, aquele que impõe as regras, de acordo com a especialista, embora isso também seja feito pela mãe. E, apesar da importância da figura paterna, outras pessoas podem servir de exemplo para a criança. “Muitos meninos veem em tios, avôs, professores e amigos da família uma oportunidade para assimilação de modelos masculinos”, afirma Edith. O fato de ser criado apenas pela mãe também não vai influenciar na masculinidade do garoto, o que é outra dúvida comum. “A constituição da sexualidade não depende apenas da convivência com uma figura masculina”, diz a terapeuta familiar.

Muitas mães, nessa situação, correm o risco de mimar ou proteger em excesso a criança, com o intuito, consciente ou não, de compensar a ausência do pai. É preciso estar atenta e analisar o que está por trás de tal comportamento. Como vocês estão lidando com a falta do pai? Isso causa frustração na mãe, no filho ou nos dois? São apenas algumas das questões a serem refletidas.

Além disso, para que a mulher dê conta de outros papéis, além do de mãe, como sempre, vai precisar de ajuda. Se não pode contar com o pai, seja qual for a razão, uma rede de apoio (família, escola, amigos, etc.) será fundamental para vencer tamanho desafio. “A tarefa é árdua, mas não impossível”, conclui a especialista.
 

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