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Exercício físico na gravidez (Foto: Shutterstock)

A gestação é um momento especial, em que você tem direito a mimos, mas não é desculpa para descuidar do peso. Afinal, ele é importante para a sua saúde e a do bebê. Pesquisas apontam que engordar mais do que o recomendado aumenta em três vezes as chances de ser obesa no futuro. Outros estudos também ligam muito ganho de peso na gestação a riscos maiores de diabetes gestacional, complicações no parto e bebês com excesso de peso ao nascer.

Mas o controle está longe de significar fazer regime. O ideal é estar no peso normal desde o início da gravidez, mas se com você não foi assim, nada de fazer dieta para tentar perder alguns quilinhos. CRESCER conversou com especialistas e elaborou cinco dicas para você controlar melhor o peso na gravidez sem precisar enlouquecer.

1. Um pouco de tudo
Manter uma dieta equilibrada é a melhor maneira de cuidar do peso e da saúde, principalmente durante a gestação, quando tudo o que você come é absorvido pelo bebê. Para isso, você vai precisar de um pouco de cada grupo alimentar, principalmente proteínas, vitaminas e sais minerais, encontrados em carne magra de vaca, frango, peixe, verduras, legumes e frutas. As fibras também são importantes, porque ajudam no funcionamento do intestino. Gorduras e carboidratos podem ser consumidos, mas com moderação e atenção.

2. Devagar e sempre
Você já sabe que o mito de comer por dois não vale, mas você precisa, sim, comer um pouco mais por estar grávida. No primeiro trimestre, é preciso aumentar cerca de 100 calorias por dia (o equivalente a uma banana-prata ou um copo de suco de laranja de 200 ml), e no segundo e terceiro, por volta de 350 calorias diárias (duas colheres de arroz mais uma concha de feijão e um bife médio grelhado). E o seu apetite também vai crescer, por conta da sobrecarga do organismo e das grandes transformações hormonais. Para não exagerar nas refeições principais, prefira comer várias vezes ao longo do dia, sempre lanches leves, como frutas, em intervalos de duas até três horas.

3. Diet e light: pode?
Não há estudos conclusivos sobre os efeitos, negativos ou não, desses alimentos quando consumidos na gravidez. A maior preocupação dos especialistas é com os diets, por conta dos adoçantes artificiais que são utilizados para substituir o açúcar. Se for consumir, faça com moderação e evite a sacarina, o ciclamato e o aspartame. Prefira os adoçantes naturais, como os à base de estévia. Os lights teoricamente possuem menos calorias, mas não são necessários se a sua alimentação for saudável e balanceada. E não adianta achar que, porque está comendo tudo light, você pode abusar, imaginando que uma coisa compensa a outra.

4. Pratique exercícios de baixo impacto
Nada de ficar parada: as atividades físicas podem e devem ser praticadas durante a gravidez, se tudo estiver dentro do normal. Apenas cuide para que sejam leves e de baixo impacto, assim você não corre riscos de ter lesões e nem sofrer quedas. As mais indicadas são pilates, caminhadas, natação e hidroginástica. As sedentárias devem começar com exercícios leves e aumentar aos poucos o ritmo e a intensidade. Quem já fazia exercícios antes de engravidar só precisa diminuir a intensidade. A maioria dos médicos indica o início dos exercícios a partir do segundo trimestre (por conta do risco de aborto nos primeiros meses) até o oitavo mês, entre 33 e 34 semanas, quando as atividades devem ser suspensas devido ao grande ganho de peso, que afeta a postura e o equilíbrio da gestante.

5. Invista no autocontrole
Você já começou com quilos a mais? Fique calma, respire fundo e compre uma balança para sua casa. Se você já tem uma, coloque-a na lista das suas melhores amigas daqui para frente e adquira o hábito de se pesar semanalmente.

Fontes: Bianca chimenti, nutricionista; Corintio Mariani Neto, presidente da comissão de aleitamento da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia; Eduardo Zlotnik, ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein (SP); Lilian de Paiva Rodrigues, obstetra e chefe da Clínica de Gestação de Alto Risco da Santa Casa (SP); Rosana Radominki, endocrinologista e presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica