• Adriana Toledo
Atualizado em
teste de gravidez; grávida (Foto: Shutterstock)

Exame pode indicar se você está grávida (Foto: Shutterstock)

O beta HCG consiste em uma fração do hormônio, que atende pelo nome de gonadotrofina coriônica humana. Produzido pelo trofoblasto — estrutura que dará origem à placenta --, ele atua na implantação do embrião, além de ter um papel preponderante na manutenção da gestação. Por se tratar do único hormônio exclusivo da gravidez, a presença dele na urina ou no sangue é capaz de revelar essa condição com elevado índice de acerto.

Testes de farmácia: eles são confiáveis?
Alguns fabricantes alegam que seus produtos têm 99% de confiabilidade, ao denunciar, por meio de um reagente, a presença do beta HCG na urina da mulher. Entretanto, a agência norte-americana Food and Drugs Administration (FDA) avisa que podem ocorrer resultados falsos-negativos se a urina estiver diluída ou se a gestação ainda for muito incipiente (antes do atraso menstrual). Por isso, o ideal é realizar o teste com a primeira urina do dia, o que diminui as falhas. O obstetra Carlos Moraes, do Hospital e Maternidade São Luiz (SP), também avisa que a estrutura do HCG é semelhante à de outros hormônios, como o luteinizante (LH), o que também pode comprometer o resultado do teste descartável. Portanto, seu uso é válido para aplacar a ansiedade do casal, mas não dispensa o exame laboratorial.

Quais as vantagens do exame de sangue?
Além de ser mais preciso e apontar a gestação precocemente — até 5 dias antes do atraso menstrual--, a avaliação sanguínea fornece a quantidade de HCG, o que dá pistas sobre a evolução da gestação e norteia a realização da ultrassonografia. Por exemplo: “Sabemos que, em uma gravidez viável, com beta HCG superior a 1000 mUI/mL e 6 semanas de atraso menstrual, já é esperado que a gente visualize o saco gestacional e o embrião no ultrassom”, explica Moraes. Se isso não acontecer, o médico pode suspeitar de gravidez ectópica — quando ela ocorre na trompa sem possibilidade de evoluir, representando risco de  hemorragia, o que ameaça a vida da mulher.

Na mesma circunstância, se o saco gestacional for identificado no útero, porém vazio, é possível desconfiar de gestação anembrionada -- quando o óvulo fecundado se implanta no útero, mas o embrião não se desenvolve.

Mas atenção: os valores do beta HCG variam muito de uma mulher para a outra e a paciente pode se confundir em relação à data da última menstruação, o que justificaria uma imagem de ultrassom diferente do esperado. “Por isso, quando há dúvida, os especialistas costumam solicitar a repetição do ultrassom após alguns dias ou a realização de outras dosagens intervaladas de beta HCG para auxiliar no diagnóstico”, esclarece a obstetra Silvia Herrera, gerente médica de Medicina Fetal do SalomãoZoppi Dignósticos (SP).

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O que essas dosagens podem revelar?
A tendência é que, em uma gestação normal, a taxa do hormônio dobre a cada 24 ou 48 horas. “Se ela diminuir, pode ser um indício de que a gravidez parou de progredir. Caso aumente, mas em ritmo lento, sem duplicar, vale investigar uma gravidez ectópica”, explica Silvia.

Uma alta concentração de beta HCG pode ser sinal de gravidez gemelar?
Até pode levantar suspeitas, mas esse fator não serve como parâmetro para qualquer conclusão, já que os níveis hormonais variam muito de uma mulher para a outra. Só o ultrassom é capaz de mostrar, com segurança, o número de embriões.

Casal comemora ao ver teste de gravidez (Foto: Thinkstock)

O resultado do teste de gravidez de farmácia é baseado na quantidade de hormônio (Foto: Thinkstock)


Há a possibilidade de o beta HCG apresentar um resultado falso-positivo para gravidez?
Segundo Carlos Moraes, algumas doenças raras podem, sim, promover o aumento nos níveis de beta HCG. É o caso da chamada mola hidatiforme, um tumor formado a partir de uma falha na concepção. Mas Silvia Herrera acrescenta que, nesse caso, os níveis são altíssimos, levando o médico a desconfiar do problema — e não de uma gestação.

A dosagem de beta HCG ajuda a prever alguma outra condição durante a gravidez?
De acordo com Silvia, existe um exame específico, chamado de perfil bioquímico, em que é dosada a chamada fração livre do beta HCG, e, em alguns casos, é empregado na investigação da síndrome de Down.

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