• Carolina Tarrio
Atualizado em
grávida; obstetra (Foto: Shutterstock)

Conversando com amigas, acompanhando blogs e coletando histórias de conhecidos, um dado fica evidente sobre o que leva (ou não) uma mulher a conseguir ter um parto normal: se o obstetra não tiver uma disposição real para que o desfecho seja esse, as chances de o nascimento acontecer da forma natural são bem menores. Para perceber se o discurso do seu médico realmente bate com o que ele pratica no dia a dia, procure levantar os seguintes pontos logo nas primeiras consultas:

1. Parto normal e cesárea dão na mesma? Por que motivos você faria uma cesárea?
Deixe-o falar, expor seus métodos. Tem médicos que já começam assim: “Mas parto normal, em São Paulo, que o hospital é longe, e tem trânsito? Não é melhor marcar logo uma cesárea?”. Se não ficar satisfeita com a resposta, cheque depois com a secretária, como quem não quer nada, qual é a taxa de parto normal e de cesárea do profissional. Converse também com outras pacientes. A sala de espera é ótima para fazer essa pesquisa.

2. Qual é a sua taxa de partos normais? Quantos fez este ano? Quanto durou o mais demorado? 
O ideal é que o médico não titubeie e que, pelo menos em algum caso, tenha esperado o parto acontecer, mesmo que demorado. Estranhe se, ao longo dos vários meses do pré-natal, ele nunca desmarcar uma consulta por estar acompanhando um parto.

3. Quanto tempo você espera após a 40a semana? 
Se a resposta for: “Nem um dia, é perigoso!” ou algo próximo disso, desconfie. Se o bebê estiver bem e a mãe idem, esperar 42 semanas é normal.

4. Que procedimentos você usa na hora do parto? 
Alguns médicos costumam aplicar soro com ocitocina ou romper a bolsa para acelerar as contrações logo no início do trabalho. Muitos também fazem, de rotina, um corte no períneo (episiotomia), sem avaliar se isso é realmente necessário. São indicações de que o profissional não tem paciência para esperar o parto desenvolver-se normalmente, o que pode demorar até 18 horas. Médicos mais naturalistas deixam o parto acontecer, com o menor número de intervenções possíveis de sua parte.

5. Vou ter liberdade para escolher a posição na qual me sentir mais confortável ou terei de passar o tempo todo na cama? 
Deitar de costas com as pernas para o alto é bastante dolorido. Essa posição faz com que o peso do útero comprima vasos sangüíneos localizados nas costas, o que pode provocar falta de ar para a mãe e de oxigenação para o bebê. O ideal é que o obstetra dê à gestante o direito de escolha. Muitas preferem caminhar, sentar ou ficar de cócoras nas contrações.

6. Quero fazer um plano de parto, dizendo como gostaria que tudo corresse no dia: você assinaria esse documento, me indicaria leituras? 
O médico deve incentivar a mulher a tomar pé da situação. Para o profissional pró parto normal, quanto mais informação a paciente tiver, melhor. O plano de parto é uma maneira de comprometer seu médico.