• Naíma Saleh
Atualizado em
Como guardar as peças do primeiro filho para o próximo? (Foto: Thinkstock)

Como guardar as peças do primeiro filho para o próximo? (Foto: Thinkstock)

Não se engane pelo tamanho dos bebês. Quem tem filhos sabe bem o espaço enorme que eles ocupam em casa. De repente sua sala ganha um tapete colorido de EVA, cheio de brinquedos espalhados por cima. De um dia para o outro, seu banheiro fica pequeno demais com a banheira sempre montada e o carrinho vira e mexe atrapalha a passagem no corredor. Sem falar nas gavetas cheias de roupinhas minúsculas, da cômoda que precisou caber no quarto (e também serve de trocador), das fraldas estocadas que ocupam um armário inteiro...
Imagine, então, quando nasce o segundo.

Muitos pais e mães com planos de aumentar a família têm dúvidas sobre o que deve ser guardado para a chegada do próximo membro do clã e hesitam quanto à melhor maneira de organizar tudo isso - tanto para não ocupar um espaço tremendo, quando para evitar que as peças estraguem. Além disso, é preciso ponderar quanto tempo vale a espera... Conversamos com duas personal organizers. Veja o que elas disseram:

O que vai e o que fica


Se você está planejando ter mais um bebê logo, logo, precisa, antes de tudo, selecionar o que vale a pena guardar do primeiro filho. Sim, dá vontade de estocar todos os itens  – afinal, cada roupinha também é uma lembrança do seu bebê – mas não é necessário. “Além de ocupar um espaço que a pessoa não tem, a criança vai ganhar muita coisa”, explica a personal organizer Carol Rosa, de São Paulo (SP). Um bom prazo para ter como referência é de dois anos - se o próximo filho só vai vir depois disso, exercite o desapego! "É preciso analisar realmente aquilo que vale a pena guardar - e lembrar que tem muita gente precisando. O que você não vai mais usar pode ser doado e ajudar alguém", completa a também personal organizer Juliana de Faria, de São Paulo (SP).

Em se tratando das roupas, Carol aconselha manter as peças mais bacanas, como casacos pesados e roupas de festa – que são raramente usadas. Pode valer a pena também guardar calças jeans mais resistentes e roupas de marca, que demandaram investimento. Sapatos pouco usados, como os de festa, também podem ficar, se estiverem em bom estado.

Mantas e saídas de maternidade, que são itens mais caros – e no caso do segundo, raramente usados -, também merecem um lugar no armário. Já os lençóis de berço só compensa guardar se estiverem em ótimo estado, o que dificilmente acontece, principalmente com o forro, que precisa resistir a muitos acidentes noturnos. Toalhas também se desgastam com facilidade, então não desperdice espaço com elas. Entre os brinquedos, veja o que merece ser guardado como lembrança para seu filho no futuro. Mas seja seletivo: esse é um item que provavelmente o próximo bebê também vai ganhar bastante!

Cuidado na hora de guardar


Muitas vezes, algumas roupas ficam guardadas por anos à espera de seu próximo dono. Só que, quando elas são finalmente resgatadas, estão manchadas e não há jeito de tirar as marcas. “Isso acontece muito com casacos e peças mais pesadas, que aparentemente estão limpas. É comum ter usado uma jaqueta em uma viagem, por exemplo, e depois guardar sem lavar. Só que com o tempo, essas pequenas sujeiras podem se transformar em manchas”, explica Carol. Por isso, o primeiro passo é ter certeza que as peças a serem preservadas em casa estão bem limpas.

A próxima etapa é separá-las por idade. “Às vezes, as pessoas têm um saco enorme para guardar tudo. E quando o segundo filho nasce, ficam com preguiça de olhar o que tem ali”, explica Carol. Ela conta que às vezes as peças que ficam guardadas tanto tempo que acabam esquecidas e são recuperadas só mais tarde, quando não servem mais no segundo (ou terceiro, ou quarto...) filho. Ou seja: foram mantidas à toa. Por isso, o conselho dela é ir separando as roupas em sacos diferentes, divididos por idades: até 3 meses, 6 meses, 1 ano, 18 meses e por aí vai. Isso ajuda muito, tanto na hora de guardar como na de usar. Uma dica é deixar uma caixa ou um cesto vazio dentro do armário - assim, quando você colocar no seu filho alguma peça e ver que ela não está mais servindo, pode depositá-la ali, ao invés de devolvê-la na gaveta. Mais tarde, você faz a seleção do que merece ser doado e do que você vai guardar para o próximo bebê.

Para armazenar as peças, você pode usar sacos à vácuo, que além de ocuparem menos espaço também dificultam a proliferação de fungos. Ainda assim, se você morar em um local muito úmido, como o litoral, vale a pena colocar um antimofo. É possível encontrar alguns em formato de cápsula, cheios de bolinhas que incham quando absorvem a umidade.  Se os sacos à vácuo não couberem no seu orçamento, tudo bem. Pegue sacos plásticos mais grossos que os de supermercado (porque são mais resistentes e têm menos chances de rasgar) e feche-os bem com fita crepe, tirando todo o ar. E não se esqueça do antimofo.

Já os sapatos ficam melhor organizados em caixas plásticas com fechos laterais (de preferência aquelas transparentes, tipo container). É melhor pegar sempre aquelas menores do que uma muito grande, que vai ser difícil de acomodar em casa – até porque os sapatos de bebê não ocupam tanto espaço assim. Principalmente os de couro, que não podem amassar, senão deformam, podem ser colocados dentro de sacos de tecido, desses de sapato mesmo.

Depois, é só acomodar os sacos e caixas em maleiros, cama-baú ou depósito. Quanto mais fora da vista, melhor. Afinal, você não vai usar esses itens tão cedo...

E quanto às peças grandes?

"Cadeirinha, berço desmontável e carrinho são os itens que as mães mais resistem a mandar embora, porque são coisas caras", explica Juliana. Mas não há muito o que fazer. A menos que você tenha espaço para guardá-los - como um depósito de garagem ou um quarto que não está sendo usado - eles só vão ocupar espaço. Se mesmo assim você decidir mantê-los, os dispositivos têm que ser muito bem lavados, tanto a parte de estofamento quanto a plástica, e embalados em plástico bolha. Também é aconselhavel colocar o antimofo.

Tämbém existe sempre a possibilidade de doar ou de vender. Até porque as tecnologias se superam muito rápido e pode ser que quando seu próximo filho nascer, já tenham inventado carrinhos mais leves, berços mais adaptáveis e banheiras mais seguras.

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