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Kristi e Matt e os filhos, Ben, Caleb, Andrew e Luke (Foto: Arquivo Pessoal)

Kristi e Matt e os filhos, Caleb, Ben, Andrew e Luke (Foto: Arquivo Pessoal)

A americana Kristi Smith aprendeu a lidar com a fenilcetonúria, uma rara desordem genética, desde cedo. A doença se caracteriza por um defeito na codificação de uma enzima, a fenilalanina hidroxilase (PAH), necessária para transformar o aminoácido essencial fenilalanina – que o organismo não produz, mas retira dos alimentos de origem proteica – em tirosina, outro aminoácido essencial. Quando o organismo não consegue metabolizar a fenilalanina, o excesso acaba acumulando no sangue e exercendo ação tóxica em vários órgãos, especialmente o cérebro. Se não tratada, a desordem pode causar atrasos intelectuais, convulsões, hiperatividade entre outros.

Os pais de Kristi sabiam disso e a colocaram desde os primeiros anos em uma dieta especial com pouca proteína, complementada por uma fórmula específica para suprir necessidades nutricionais. A medida reduziu quase completamente os impactos negativos da fenilcetonúria no desenvolvimento de Kristi. Hoje, com 36 anos, ela continua com a alimentação restrita, mas, fora isso, leva uma vida normal com o marido Matt. As informações são do Today Parents.

Quando decidiu engravidar, porém, a fenilcetonúria, interferiu em seu sonho. Kristi descobriu que os altos níveis de proteína no sangue da gestante podem provocar más formações no feto e até abortos. “Não queria passar por todo esse stress e sofrimento quando há tantas crianças que precisam de uma família por aí”, disse ao Today.

Ela e o marido, então, começaram a fazer pesquisas na internet e encontraram dois meninos que viviam na China e tinham fenilcetonúria como Kristi. Eles estavam na fila da adoção. “Amamos a ideia de sermos pais de crianças com fenilcetonúria porque já sabemos todos os cuidados necessários. Pegamos um avião e fomos para lá!”.

Em maio de 2015, o casal voltou aos EUA com os filhos Andrew e Luke, ambos com 2 anos na época. Durante o processo de adoção, Kristi conheceu outras crianças com fenilcetonúria no país oriental, se encantou por mais dois meninos e, em março de 2018, levou Caleb, 9 anos e Ben, 14, para se unirem a família.

“O orfanato que cuidava de Andrew, Luke e Caleb era o mesmo e oferecia tratamento adequado para a doença deles”, disse Kristi. “Eles estão se saindo bem e não têm nenhum problema de desenvolvimento. Já o Ben não recebeu o acompanhamento médico necessário e tem alguns atrasos. Ele é muito sensível a diversos estímulos, por exemplo, mas estamos nos adaptando a nova rotina”. Para ela, a maior recompensa da adoção tem sido ver os filhos “florescer” e superar limites. Inspiradora, não?

Kristi entre os filhos Andrew e Luke com a fórmula que tomam para suprir as faltas nutricionais causadas pela dieta restritiva (Foto: Arquivo Pessoal)

Kristi entre os filhos Luke e Andrew com a fórmula que tomam para suprir as faltas nutricionais causadas pela dieta restritiva (Foto: Arquivo Pessoal)