• Crescer online
Atualizado em
Gêmeos nascem com quase seis semanas de diferença (Foto: Reprodução)

Kristen Miller, que vive no estado de Tenessi, nos Estados Unidos, estava na 22ª semana de uma gestação gemelar e começou a sentir as contrações enquanto assistia a uma celebração religiosa. No momento em que chegou em casa, Kristen notou que sua bolsa havia estourado e sabia que seus bebês corriam sérios riscos.

Em entrevista ao portal WBIR o marido dela, Ian Miller, contou que ela usou o telefone para pedir ajuda: "Ela me ligou desesperada!". O casal rapidamente foi ao hospital, onde a equipe médica começou a agir. Segundo os médicos, bebês que nascem a partir de 24 semanas têm 50% de chances de sobreviver. Antes disso, os riscos são ainda maiores. Por isso, a ideia era tentar segurar a gestação de Kristen por pelo menos mais duas semanas. Parte do objetivo foi alcançada. Micah nasceu na 24ª semana de gestação, pesando pouco mais de 400 gramas.

Apesar disso, havia um detalhe: a outra criança, uma menina, continuava dentro da barriga da mãe. A obstetra responsável pelo caso, Kristina Shumard, sabia que, quanto mais tempo eles pudessem manter o segundo bebê no útero, mais saudável e seguro seria o seu parto. "Só porque nós tivemos que fazer o parto de um bebê, não significa que teríamos que fazer o parto do segundo ou terceiro. Mas é difícil encontrar casos com essa possibilidade", explicou.

Segundo Sabrina Craigo, chefe da área neonatal do hospital, a técnica rara de manter um dos bebês dentro do útero por mais tempo só é possível se estiverem nas circunstâncias apropriadas. "Só podemos realizar isso em casos com gêmeos fraternos que têm sua própria bolsa amniótica e não compartilham uma placenta. Além disso, é essencial que as contrações da mãe diminuam depois do nascimento prematuro do primeiro bebê", esclareceu.

Felizmente, os gêmeos Micah e Madelyn estavam em bolsas e placentas separadas. Os médicos dizem que cada dia a mais dentro do útero é muito importante para um bebê que passa da 25ª semana de gestação. Mesmo uma semana a mais pode oferecer muitas vantagens para a saúde da criança.

"Nós decidimos: sim, se há algo que podemos fazer para manter um deles por mais tempo, nós vamos fazer", disse o pai, Ian, em entrevista. Os médicos exigiram repouso absoluto para Kristen e a proibiram, inclusive, de segurar o seu bebê recém-nascido por três semanas.

Cinco semanas e meia depois, Madelyn nasceu. Os médicos disseram que este era o maior intervalo de nascimento entre gêmeos do hospital - o recorde mundial é de 87 dias de diferença e aconteceu na Irlanda, em 2012. "Não sei se batemos o recorde nacional, mas tudo isso têm sido incrível e muito emocionante", disse Kristen.

A família vai passar os próximos dois meses no hospital até que os gêmeos estejam saudáveis o suficiente para ir para casa. Ambos respiram sem a ajuda de aparelhos e permanecem no mesmo quarto. "Estamos nos sentindo muito abençoados", finalizou a mãe.

Você já curtiu Crescer no Facebook?